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sábado, 28 de agosto de 2010

A Morte do Super-Homem



As histórias em quadrinhos são reconhecidas nos dias de hoje como uma arte outrora desvalorizada no passado por muita gente. Muitos não davam crédito às histórias em quadrinhos (ou HQs) e as consideravam de baixo nível artístico. O fato é que isso na verdade faz parte de uma injustiça que aos poucos foi sendo corrigida. Nos anos 80, obras como Batman – O Cavaleiro das trevas, Batman – Ano Um, Watchmen e Crise nas Infinitas Terras, entre outras, abriram espaço para as HQs brilharem. Não que antes delas não houvesse qualidade, muito pelo contrário. Mas foi nos anos 80 que estourou um gosto maior pelos quadrinhos. Autores e desenhistas ganhavam projeção mundial e tudo foi se elevando a um patamar hoje reconhecido como arte verdadeira.
Sempre fui grande admirador de HQs, tenho minha coleção até hoje. Mas uma coisa precisamos ser justos, há uma certa inverossimilhança em algumas dessas histórias que não poderia passar em branco. Sempre me perguntei por que havia uma sede das empresas de HQs em matar personagens famosos só pra depois revivê-los e ficar às claras que tudo foi uma grande jornada publicitária só pra vender vários exemplares, dando uma nova alavancada numa indústria que vez ou outra se mostra em crises financeiras.
Quando em 1993 foi anunciada uma nova saga chamada A Morte do Super-Homem, vi que haviam chegado ao extremo do absurdo. Afinal de contas, todos sabiam que um dia mais cedo ou mais tarde teriam que "ressuscitá-lo" e dar continuidade às suas histórias, porque não se tratava de um coadjuvante sem importância ou um personagem que não havia dado certo, mas sim o super-herói mais famoso e imitado do mundo.
Nos anos 80, um personagem da editora Marvel matou um personagem importante chamado Capitão Marvel, o nome era A Morte do Capitão Marvel. Mas essa história é tão bem feita que se tornou um clássico. Ele não voltaria mais e tudo ficou naquilo mesmo. Confesso que é uma das melhores HQs que já li. Mas posso dizer que foi uma rara exceção. Em A Morte do Super-Homem, vemos que tudo foi feito como uma jogada de marketing para vender muitas revistas e evitar um possível cancelamento das histórias do homem de aço, ou seja, nada melhor do que causar uma enorme revolução pra depois usar isso a favor próprio. A história é bem simples: o Super-Homem enfrenta um ser alienígena chamado Apocalypse. Em meio a uma enorme batalha, o kriptoniano e o monstro acabam morrendo. Nem discuto as qualidades ou os defeitos da obra, sendo que há um pouco dos dois nela, mas sim essa gigantesca jogada pra vender exemplares. A saga A morte do Super-Homem foi publicada aqui no Brasil numa edição com 160 páginas, ao que se seguiram a mini-série Funeral para um Amigo e logo depois O Retorno do Super-Homem. Nem preciso dizer que tudo isso funcionou às mil maravilhas e tirou o personagem das baixas vendas e de histórias fracas que ele vivia na época e projetou a uma nova fase de bons autores, boas idéias. Esse foi o saldo positivo disso tudo. Sendo assim, a saga da morte acaba sendo mais um objeto de curiosidade (ou apelação) do que propriamente algo artístico, dando um novo impulso e vindo a ser importante o que viria depois disso.
Em 2007 foi lançada uma animação chamada  A Morte do Superman (na tv e cinema o personagem é chamado por seu nome no original em inglês), baseada na HQ. Pra quem não gosta de histórias em quadrinhos ou tem dificuldade pra achar essa obra, vale dar uma conferido nesse desenho animado.
A HQ a Morte do Super-Homem não é uma história ruim (ainda que não tenha grande inspiração e de certa forma não funcione tão bem), ficando como nostalgia para os colecionadores de HQs. Mas com certeza não estará na lista das melhores obras em quadrinhos já feitas.

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