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domingo, 8 de agosto de 2010

A Terceira Margem do Rio

Guimarães Rosa talvez seja o segundo maior escritor brasileiro de todos os tempos, só perdendo para Machado de Assis. Exagero? É só ler alguns textos e contos do autor de Grande Sertão: Veredas, pra constatar que não é exagero algum. Entre suas obras-primas, há o conto A Terceira Margem do Rio. Um relato forte e emocionante de um filho que vê seu pai embarcar numa canoa rio afora e nunca mais voltar.
A história narrada em primeira pessoa, começa quando um menino nos conta que seu pai encomendara uma canoa e um dia qualquer, sem mais nem menos resolve entrar nela e sair sem rumo definido. Dizendo apenas um breve adeus, seu pai segue adiante naquela solitária trajetória de viagem. O filho ainda chega a pedir para que seu pai o leve junto, mas este nada diz e segue para o rio. Ninguém entendia o que se passava na cabeça daquele homem para tomar tal atitude. Alguns diziam que ele estava doido.
Daquele dia em diante ninguém mais o via, nem mesmo os fotógrafos que tentavam tirar seu retrato. O filho todos os dias ia levar comida e a deixava na margem do rio na esperança que o pai pegasse.
Os anos vão passando, a família vai se conformando com a idéia e tocando suas vidas pra frente. O garoto cresce, sua irmã se casa, e se muda para outra cidade, os outros aos poucos vão, menos ele. Agora adulto, ele resolve ficar solteiro. Já idoso, ele reflete sobre seu pai. O que teria de fato feito com que ele fosse embora daquele jeito? Um dia então ele resolve voltar às margens do rio. Lá, ele avista seu pai pela última vez e lhe pergunta se gostaria de trocar de lugar, como uma forma de pedir perdão ao pai por qualquer coisa que ele possa ter-lhe feito.

O conto pode ser visto de várias formas. Há várias interpretações, entre elas:

*Um homem que passa toda sua vida sentindo a falta do pai que vai embora.
*O pai poderia ser ele mesmo. E sua narração pode ser fruto de uma auto-análise.
*Quando ele narra que o pai vai embora numa canoa e não volta mais, pode estar simbolizando que o pai na verdade não havia ido embora, e sim falecido. A canoa seria uma metáfora da saudade que um filho sente pelo pai quando o perde.

Independente do que se interprete ao ler esse texto, uma coisa é certa: Guimarães Rosa criou um dos mais belos contos da literatura brasileira, narrando de forma única uma história sobre amor e saudade.

segue abaixo o link do conto, na íntegra:

A Terceira Margem do Rio

Um comentário:

  1. vc bem que poderia cria uma historia em quadrinho desse texto

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