Se voce gostou de algum dos posts feitos nesse blog, não deixe de escrever embaixo em "comentários". Sua opinião é muito importante para o debate de idéias.

Muito obrigado!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Killer Joe - Matador de Aluguel






Há diretores que, ao chegarem em uma idade mais avançada, se perdem com filmes banais, e há diretores que mostram que o passar dos anos só lhes fez bem. E o tempo só fez bem a William Friedkin, diretor de obras densas como Operação França (1971), O Exorcista (1973) e O Comboio do Medo (1977). O primeiro quebra as regras do bom policial ao mostrar o determinado policial Popeye (brilhantemente interpretado por Gene Hackman) em uma determinada caçada contra um terrível chefão das drogas pelas ruas de São Francisco. O segundo deu uma nova cara aos filmes de terror, com algumas das sequências até então nunca vistas ou imaginadas pelo público. O terceiro, refilmagem do clássico O Salário do Medo (de Henry Clouzot), mostra quatro homens em um país latino, com a ingrata missão de transportar nitroglicerina em transportes precários e estradas arruinadas.



Mas o “rebelde” Friedkin assim como Francis Ford Coppola já não mostrava mais grande força nas décadas seguintes e apresentava obras aquém de seu talento (Viver e Morrer em Los Angeles era uma das poucas exceções). Mas eis que ele surge em grande estilo com Killer Joe, um filme que realmente tem sua marca.
Em Killer Joe, um jovem fracassado (Emily Hirsch) convence seu pai  (Thomas Haden Church) a matar a mãe, e assim ficarem com o seguro de vida dela. Para isso, eles contratam um assassino de aluguel que também é policial (Matthew McConaughey) para executar o maligno plano. A irmã (Juno Temple) do jovem acaba sendo o adiantamento do “serviço”, satisfazendo o assassino, fazendo que este comece também a fazer parte da família. Porém,  assim como outros filmes sobre ganância (como O Tesouro de Sierra Madre, Fargo e Um Plano Simples), algo dá errado, fazendo com que a consequência seja nada menos que trágica. Daí pra frente tudo vira uma sucessão de tropeços e acerto de contas. 



Curiosamente, o grande diretor Sidney Lumet, já bem idoso, faria Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (seu último filme), uma história sobre crime em família envolvendo dinheiro. A comparação desse filme com Killer Joe não pode ser ignorada, ainda que se trate de histórias diferentes.
Mas Killer Joe não seria tão bom e impactante se não tivesse também um bom elenco à frente. McConaughey está excelente no papel do assassino Joe. Sua caracterização sutil e ao mesmo tempo explosiva, está entre as grandes interpretações do ano. Se ele ficar de fora das indicações aos grandes prêmios será uma grande injustiça. Hirsch e Church se saem muito bem. Porém, quem tem o papel mais corajoso é Gina Gershon. No papel da esposa dedicada do pai da família, Gershon protagoniza ao lado de McConaughey uma das cenas mais fortes e inesquecíveis dos últimos anos. Nessa sequência final, uma coxa de galinha vira um grande pesadelo familiar. Gershon já havia mostrado talento ao interpretar uma lésbica em Ligadas pelo Desejo (dos irmãos Warchowski). 



Em Killer Joe ninguém presta, e eles sabem disso. Trata-se de personagens com atitudes insanas, em sua maioria desprovidas de qualquer sentimento de culpa (em alguns momentos alguém se mostra arrependido). Falar demais sobre Killer Joe pode estragar as surpresas e diminuir o impacto. Vale falar apenas que o filme já começa de forma diferente, e assim segue até seu final tenso e brutal. A interpretação de McConaughey é um show a parte.






Nota: 4 de 5


Título original: KIller Joe


Lançamento: 2012 (EUA)


Direção: William Friedkin


Elenco: Matthew McConaughey, Emily Hirsch, Thomas Haden Church, Gina Gershon, Juno Temple.

Duração: 102 minutos


Suspense/Policial


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Diretores e seu melhor filme - Segunda parte





William Wyler
Ben-Hur (1959)
Primeiro filme a vencer 11 Oscars, Ben-Hur é a maior superprodução de época do cinema. Uma história de vingança e compaixão, de um dos maiores diretores do cinema americano.

Valerio Zurlini
Dois Destinos (1962)
A história de dois irmãos que se reencontram e têm suas vidas mudadas tragicamente. Obra-prima que conta com a melhor interpretação de Marcello Mastroianni nas telas.

David Cronenberg
Marcas da Violência (2005)
Cronenberg retorna em grande estilo com esse filme estiloso, violento e cheio de suspense. Baseado na história em quadrinhos History of Violence.

Frank Capra
A Felicidade não se Compra (1946) 
Considerado o melhor filme sobre o natal já feito. Obra-prima do genial diretor Frank Capra. Nostálgico e sentimental. É difícil não se emocionar.

Francis Ford Coppola
Apocalypse Now (1979)
O maior épico de guerra já realizado. É um retrato crítico e perturbador da guerra do Vietnã, mostrada de forma por vezes surrealista. Vencedor de 2 Oscars.

Fernando Meirelles
Cidade de Deus  (2002)
Em 2002, o diretor Meirelles surpreende o Brasil (e o mundo) com uma obra-prima que revela o surgimento da Cidade de Deus (no Rio de Janeiro), de forma nua e chocante.

Howard Hawks
Onde Começa o Inferno  (1959)
Um dos últimos exemplares do faroeste clássico. Depois bastante imitado, conta a história da resistência de um xerife e seu grupo contra bandidos que querem livrar um criminoso da cadeia.

Elia Kazan
Uma Rua Chamada Pecado  (1951)
Baseado em uma peça de Tennessee Williams. Um primor de atuação, em que brilham Marlon Brando e a inesquecível Vivien Leigh. Vencedor de 4 Oscars.

Kenji Mizoguchi
Contos da Lua Vaga  (1953)
Para tentar sobreviver a um massacre, uma família foge de sua vila. Longe da esposa, o marido se envolve com uma rainha. Mas nem tudo é o que parece.

David Fincher
Seven – Os 7 Crimes Capitais (1995)
Dois detetives caçam um serial killer que mata suas vítimas de acordo com cada um dos sete crimes capitais. Medo e muita tensão em um dos melhores filmes dos anos 90.

George Stevens
Um Lugar ao Sol  (1951)
Um jovem tenta a sorte na cidade grande e se envolve com uma moça rica. Porém, seu envolvimento anterior com uma colega lhe traz consequências inesperadas. Fantástica interpretação de Montgomery Clift. Vencedor de 6 Oscars.

John Huston
O Tesouro de Sierra Madre  (1948)
Três homens vão em busca de ouro, mas pelo caminho, a ambição faz com que eles se tornem inimigos. Vencedor de 3 Oscars.

Robert zemeckis
Forrest Gump  - O Contador de Histórias (1994)
De criança até a fase adulta, vamos acompanhando a história de Forrest Gump, juntamente com os principais fatos que marcaram os E.U.A em sua época. Vencedor de 6 Oscars.

William Friedkin
Operação França (1971)
Um dos primeiros filmes a mostrar o lado sujo das ruas, e o combate ao tráfico de drogas. A perseguição de carros é memorável. Vencedor de 5 Oscars.

Jean Renoir
A Regra do Jogo  (1937)
Uma festa em uma mansão revela a verdadeira face de patrões e empregados. Grande clássico do cinema francês.

Bob Fosse
All That Jazz  - O Show Deve Continuar (1979)
Coreógrafo vive e morre como se estivesse nos palcos na Broadway. Um dos últimos grandes musicais do cinema, feito pelo excelente coreógrafo Bob Fosse. Vencedor de 4 Oscars.

Jane Campion
O Piano  (1993)
A diretora neozelandesa Jane Capion compõe um filme bonito, poético e trágico. Uma obra-prima que encantou plateias do mundo inteiro. Vencedor de 3 Oscars.

Robert Wise
Amor, Sublime Amor  (1961)
O mais fantástico musical do cinema, baseado em Romeu e Julieta de William Shakespeare. A história de amor entre Toni e Maria e a dificuldade em ficarem juntos. Vencedor de 10 Oscars.

Peter Jackson
Almas Gêmeas  (1994)
Antes da trilogia “O Senhor dos Anéis”, Peter Jackson fez uma obra-prima que conta a história de duas amigas que querem ficar juntas a todo preço. Fantástico.

Joseph l. Mankiewicz
A Malvada (1950)
Bette Davis estrela este filme que é considerado o melhor painel sobre o teatro já feito em Hollywood. Um belíssimo elenco e direção primorosa. Vencedor de 6 Oscars.

Chan-wook Park
Oldboy (2003)
Segunda parte da trilogia da vingança feita por Chan-wook Park, Oldboy é um exercício de estilos, com reviravoltas e muita adrenalina. O cinema sul-coreano em seu melhor momento.

Milos Forman
Amadeus (1984)
Baseado na peça de Peter Shaffer, Amadeus narra as discórdias entre o grande gênio da músico e o compositor Salieri. Requinte, luxo e decadência em uma obra formidável. Vencedor de 8 Oscars.

Tim Burton
Ed Wood (1994)
A história de Ed Wood, considerado o pior diretor de todos os tempos. Uma belíssima homenagem de Tim Burton à paixão pelo cinema. Vencedor de 2 Oscars.

M. Night Shyamalan
O Sexto Sentido (1999)
A história de um menino que vê fantasmas ganhou o mundo e revelou o diretor Shyamalan. Infelizmente seus últimos filmes têm se mostrado de regular a ruim.

Douglas Sirk
Tudo que o Céu Permite (1955)
Uma mulher mais velha se envolve com seu jardineiro. Isso faz com que seus filhos e a sociedade se mostrem preconceituosos. Obra-prima de Sirk, o mestre dos melodramas.

Jacques Demy
Os Guarda-Chuvas do Amor (1964)
Musical francês que conta um romance entre uma vendedora de guarda-chuvas e um mecânico. Mas tudo é interrompido quando ele vai pra a guerra.