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domingo, 20 de dezembro de 2009

Para o Amigo que não me Salvou a Vida

Não é de fácil recomendação para leitores mais sensíveis essa autobiografia do já falecido escritor francês Hervé Guibert. Um dos primeiros livros a descrever os horrores de um doente terminal com Aids, onde ele já diz de início que a Aids é "a doença dos homossexuais".
Nessa obra Guibert denuncia a precariedade dos hospitais franceses; o descaso da igreja católica, como por exemplo quando ele já desesperado vai pedir apoio a um padre e este o rejeita; o imoralismo dos homossexuais onde ele próprio se encaixa.
O autor se utiliza de pseudônimos para falar de pessoas famosas relacionadas a ele, entre eles o filósofo Michel Foulcaut, que é narrado sem nenhuma discrição em seu estado final com a mesma doença. Aliás, Guibert não tem o mínimo pudor em falar de seu amigo filósofo, descrevendo até mesmo as características físicas e emocionais do mesmo enquanto morria, algo muito frio, se tratando de um grande amigo. Nem as descrições aos pormenores acerca dos relacionamentos sexuais íntimos dele e de seus companheiros são poupados. Tudo é muito explícito.
Uma biografia, um relato impactante, um registro forte de um autor que não tem a mínima vergonha de se expor às diversas formas de situações de vida na qual passou pós transmissão do HIV e que já tinha a morte inevitável ao seu lado.
Publicado postumamente em 1990 na França, virou um best-seller imediato e propagou a campanha pelo combate à Aids. Ainda que de nada adiante, uma vez que essa doença a cada ano que passa parece aumentar consideravelmente.

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