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domingo, 26 de junho de 2011

Agradar ou não agradar, eis a questão

Certa vez ouvi uma fábula que me fez refletir sobre o mundo e os seres humanos. Vou representar essa parábola com minhas palavras:
Havia um velho, seu pequeno filho e um jumento. Certo dia, estando os três passando por uma cidadezinha, o animal carregava a criança; alguém então chegou e disse ao velho: “Meu senhor, esse menino é jovem, sadio, deixe que ele ande, e monte o senhor nesse jumento!” o velho pensou, e depois retirou a criança de cima do jumento e a seguir montou no animal. Alguém passando por ali, disse: “Mas que coisa feia, um homem forte desse, coloca uma pobre criancinha pra caminhar, enquanto ele fica aí numa boa!”. O velho então sai do jumento e começa a andar. Logo, vem alguém e diz: “Um sol quente desses e vocês andando a pé?” O velho pensa a respeito e monta com seu filho no jumento. “Uma outra pessoa vê aquilo e exclama: “Olha só, um pobre jumentinho carregando dois folgados, isso é uma maldade com o pobre bicho”.  O velho já irritado pega o animal e começa a carregá-lo. Outro alguém passando ali diz: “Coitado do velhinho! Coloca esse jumento pra andar!”
Essa história ilustra o fato de que, é impossível agradar a todas as pessoas. Por mais que se tente fazer o que é certo, nem todos acharão isso. Se uma mulher sai demais, logo a chamam de rueira, e se é de ficar mais em casa, chamam-na de entocada. Se um homem gosta demais de futebol, é chamado de fanático, se não gosta, é chamado de esquisito. Se alguém trabalha em uma empresa, ela de algum modo vai agradar a alguns, mas desagradar a outros, mesmo que não faça esforço nenhum para ser sutil com qualquer pessoa. Se ele sorri demais, o chamam de doido, se ele não sorri, o chamam de metido, se sorri e às vezes não sorri, o chamam de falso.
Sou do tipo reservado, não sou de muita conversa com quem eu vejo que não merece tanta atenção (em geral são pessoas que de algum modo eu sei que falam mal de mim quando não estou perto). Em minha rua, conheço poucos vizinhos, não porque eu tenho a intenção de me isolar ou querer ser melhor que os outros, mas é simplesmente
Porque eu sou assim mesmo, na minha, no meu canto. Sem querer parecer hipócrita, mas sou do tipo de pessoa que na maioria das vezes prefere servir mais do que ser servido. Isso não é querer ser metido a bom, mas sim uma forma de vida que escolhi pra mim. Ao contrário do que possa parecer, tenho muitos amigos; mas amigos que sei que posso contar com eles quando eu precisar.
Nesse mundo, tem pessoas que se “agradam” quando levam vantagens em algo. Explico: Há muita gente que vive puxando o saco de pessoas que tem uma elevada soma de dinheiro, achando que, assim terá mais chances de se dar bem. Coitadas dessas pessoas. Costumo dizer sempre que o dinheiro de pessoas ricas (economicamente falando) não paga minhas contas (exceto se eu trabalhar pra elas), ou essas mesmas pessoas não aparecem meio-dia em minha casa me trazendo algo pra comer ou beber.
Quando falamos em agradar, podemos citar a questão de relacionamentos. Quantas vezes já ouvi (e até vivi) situações em que uma mulher namora um homem, gostando dele, etc. Mas, as amigas dela (muitas por puro despeito, inveja), colocam mil e um defeitos no namorado da amiga. Ela, em vez de seguir seus próprios sentimentos, vão na onda das “amigas” e termina o relacionamento, só depois vindo a perceber que pode ter cometido um grave erro, mas talvez já sendo tarde demais para arrependimentos.
Se você se agradou de um móvel que quis comprar, não pergunte pra rua inteira se ele é bonito ou feio, porque assim sendo, você se surpreenderá com as respostas.
Gosto muito de filmes antigos. Assisto curtas-metragens do ano de 1895, de 1903, filmes de 1915, 1920. Filmes de todas as décadas. Filmes mudos, preto e branco. Filmes que, para muita gente são uma verdadeira tortura ficarem assistindo aquelas “velharias” quando podem se esbaldar com filmes recentes, coloridos, dublados, etc. Isso é uma questão de gosto. Gosto de sentir a essência do cinema, analisar os filmes minuciosamente, entender todo o seu processo. A maioria das pessoas assistem a filmes com a única e pura intenção de se divertir, nada mais que isso.
Não gosto de futebol, novelas, a maioria dessas programações de TV. Há pessoas que não desgrudam dessas programações. Tudo é uma questão de gosto, de se agradar com isso ou aquilo. Algumas pessoas às vezes me perguntam que tipo de mulher me agrada. Minha resposta é: agrado-me de todos os tipos físicos, alta, baixa, gorda, magra, branca, morena, negra. Isso não é o que faz qualquer diferença. O que faz a diferença é se ela é uma pessoa correta, sincera e amiga. O que não gosto em uma mulher é vê-la bebendo (detesto bebidas), vê-la dando gargalhadas que lembram filmes de terror, vê-la sendo abraçada por um e por outro, parecendo que é vulgar. Gosto de mulheres inteligentes, que saibam dialogar, interagir. Não gosto de mulheres que se acham acima de mim, do mesmo jeito que jamais me acho acima de ninguém.
Acho graça quando vejo que alguns homens não gostam de certas coisas, não porque eles achem de fato ruins, mas porque a sociedade impôs preconceitos a essas determinadas coisas. Por exemplo: Não gostar da animação Bambi (1940), porque o personagem principal desse filme é um filhote de cervo; só porque o animalzinho pode ser classificado também de veado (mamíferos da ordem dos artiodáctilos), onde no jogo do bicho o mesmo tem o número 24, e onde a palavra é "igualada" a "viado": homossexual. Isso é uma bobagem tão grande que acaba sendo pra lá de risível, uma forma estúpida de não gostar de uma bela animação. Muitos homens não gostam de balé ou danças de coreografias, porque os mesmos acham que todos ali são homossexuais. Outra grande bobagem. O genial coreógrafo Bob Fosse era heterossexual, e era fascinado, amorosamente dizendo, por várias mulheres.
Nada ou ninguém irá agradar a todos nessa vida. Entre dez pessoas, mesmo que a maioria goste de algo, sempre haverá um que não irá gostar. É sempre assim.

4 comentários:

  1. Texto super lúcido. Gostei.
    Kley, vc coleciona filmes? Caso positivo, vamos fazer umas trocas?
    Abração

    O Falcão Maltês

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  2. Coleciono sim, Antonio. Combinaremos em fazer umas trocas de filmes. Tenho milhares aqui.

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  3. Voltei para reler esse texto. Me identifico em muitos conceitos.
    Como faremos a troca? Tem uma lista? Mande para o meu e-mail. Obrigado.

    O Falcão Maltês

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