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domingo, 5 de junho de 2011

O escapismo artístico e mental

Nunca fui dessa onda de me achar cult ou intelectual, mas confesso que nunca gostei da arte popularesca, ou seja, o que o povão muito aplaude me cheira a banal demais. O povão brasileiro em sua grande maioria adora novelas, filmes “sessão da tarde” e reality shows. Qualquer coisa que empurram goela abaixo, a maioria aceita. Certa vez, um amigo me disse que não se pode viver exclusivamente de filé, é preciso comer também carne de terceira pra assim descobrir que o filé é ainda melhor do que se pensava, e também conhecer outra categoria de mundo como forma de arte menor, ou escapismo. Percebi que isso é uma grande verdade. Vejamos um bom exemplo: Às vezes eu estou em um dia que não estou muito a fim de raciocinar demais, então deixo um pouco os filmes clássicos ou de arte de lado, e vou atrás de um cinema “escapista”, aqueles filmes que você assiste pra passar o tempo, mera diversão mesmo, sem nenhum compromisso de se fazer uma análise crítica maior, e também fugir um pouco da realidade, preferindo também filmes que não retratem tanto o nosso dia-a-dia. É somente nessas horas que filmes tipo a saga Crepúsculo ou Carga Explosiva por exemplo, são bem vindos, porque você não precisa queimar os neurônios, já vem tudo mastigado. Acho que é legal que se faça uma dosagem de vez em quando com o que é o filé e o que é carne de segunda ou terceira. Mas é claro que só de vez em quando, porque assimilar muita bobagem nos deixa sem noção crítica se a nossa intenção é obter um crescimento cultural. Claro que nem todo mundo pensa assim.
Mas convenhamos, há um limite até mesmo pra o que é “escapismo”. Logicamente não é nada louvável se ater a qualquer porcaria só porque se quer comer o osso de vez em quando. Por exemplo: você gosta de uma programação mais inteligente na TV (se é que existe inteligência na TV atualmente no Brasil), obviamente não vai ficar a tarde toda em frente da TV assistindo todas as baboseiras toscas daqueles programas de auditório no domingo a tarde, que ultrapassa todos os limites do bom senso e principalmente, de ruindade. Esses dias à noite, eu estava chegando em casa, quando vi um programa passando na TV (tem tempo que assisti algo na TV) e parei pra dar uma olhada. Era um programa de auditório muito ruim, mas ao menos era engraçado, onde, nem o apresentador, os calouros e muito menos os jurados se levavam a sério, talvez a graça maior esteja aí: saberem que o programa já é ruim e terem o bom senso de saber brincar com isso, sem se levar a sério, como fazem alguns “apresentadores” no domingo a tarde. Se for pra desleixar um pouco a mente, que seja pelo menos com algo que, mesmo que seja ruim, não seja ofensivo. Já assisti muita TV, hoje não me faz mais falta ficar em frente de uma TV, assimilando muita coisa que não presta. Lógico que há exceções, mas numa varredura geral, pouca coisa se salva. Até os telejornais de hoje são fracos, sensacionalistas demais, sempre com apelações pra ganhar da concorrência. O que vale na mídia hoje não é qualidade, é IBOPE.

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