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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sandra Regina Machado


No dia 24 de agosto na cidade paulista de Santos nascia Sandra Regina Machado, posteriormente chamada Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto.
Mas quem era Sandra Regina? Pra chegar a essa resposta, vamos falar um pouco de alguém que o mundo inteiro conhece: Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como o ex-jogador Pelé. Em 1963 Pelé teve um caso com uma dona a dona de casa A. M. e daí resultou o nascimento de Sandra. Mas ao contrário de muita gente famosa que assume a paternidade mesmo em circunstâncias adversas, o tão adorado “Rei do futebol” de forma alguma quis saber da filha, nunca a reconheceu. Sandra entrou na justiça para que o pai a reconhecesse, mas este sempre rejeitou tal idéia. Depois de muito tempo para conseguir a paternidade de Pelé, em 1996 a justiça por meio de DNA atestou que Edson Arantes era de fato o pai de Sandra. Mas Pelé recorreu 13 vezes, e nunca quis se aproximar da filha.
Sandra era considerada uma pessoa exemplar. Casada, ela teve dois filhos, e sempre foi trabalhadora. Foi vereadora duas vezes em sua cidade, e estudava Direito. Muito de seu esforço era também para mostrar ao pai que ela não precisava dele em relação a questões financeiras, mas sim como pai na melhor definição da palavra. Mas o chamado “Rei” Pelé (pra mim só existe um Rei, o Rei dos reis) com receio de que o reconhecimento da paternidade sujasse sua carreira, optou por nunca se aproximar de Sandra. Isso mostra que às vezes as pessoas se encantam tanto com “ídolos” que se esquecem que muitos deles não são exemplos de pessoas corretas.
Em 2005, entre outras doenças, foi constatado que Sandra estava com câncer de mama.  Depois de alguns tratamentos, Sandra não resistiu e veio a falecer no dia 17 de outubro de 2006 aos 42 anos de idade. Pelé nunca foi visitá-la no leito de morte e sequer foi ao seu velório, mesmo que ela tenha se manisfetado em querer vê-lo pela última vez. O que ele fez no dia do velório de Sandra foi apenas mandar flores em nome das “Empresas Pelé”. A família sabiamente recusou e mandou de volta.
Edon Arantes até hoje é aclamado e idolatrado mundo afora. Mas a vitória é de Sandra, que viveu exemplarmente e entra pra posteridade nos corações daqueles que a admiraram e admiram até hoje pelo seu exemplo de força e perseverança.  

sábado, 23 de outubro de 2010

A correspondente Amanda


Quem me conhece sabe que eu gosto de conhecer bastante sobre o que me chama a atenção. É assim com o cinema, literatura e histórias em quadrinhos, entre outras coisas. Quando eu era adolescente, colecionava histórias em quadrinhos, e só parei depois de ter 1200 edições ou um pouco mais. Se eu pudesse teria mais de 10 mil. E naquela época eu fuçava minhas revistas de ponta cabeça, sendo que, além das histórias, o que mais me chamava a atenção eram as cartas dos leitores. Confesso que nas áreas de cinema não encontro muitos amigos que tenham um amplo conhecimento dessa arte para que eu possa entrar num debate com eles. Claro que há dois ou três, mas não há uma gama maior. Por falar nisso, hoje a noite um amigo me ligou e começamos a falar do filme Tron, do início dos anos 80, ele me lembrou de algumas cenas que eu havia esquecido. Lembramos desse filme quando falei que em dezembro vai estrear sua continuação. Fiquei feliz por ter me lembrado desse filme que fez parte de minha infância, algo bem nostálgico mesmo. Voltando às revistas em quadrinhos, em relação às cartas dos leitores, era assim: o leitor que tivesse dúvidas ou tinha algo a dizer sobre algum personagem, escrevia para a editora, e a mesma publicava. Como eu queria trocar idéias sobre essa arte, e como eu queria ver o ponto de vista de alguém que morasse em outra cidade, vi o nome de uma adolescente, contendo ali também seu endereço. Escrevi-lhe uma carta, mas não achava que ela fosse dar muita importância. Um mês depois (ou menos tempo) ela me escreveu também. Vi que ela era atenciosa e educada, voltei a escrever novamente pra ela, e houve retorno. Os meses se passaram e descobrimos que estávamos ficando bem amigos, onde os assuntos não se limitavam apenas a histórias em quadrinhos como era no início, mas também em conhecer mais um ao outro. Seu nome era Amanda. Me lembro que eu adorava as cartas que ela me enviava, sua letra era única, super especial, as folhas eram sempre diferentes, com detalhes que só mulher teria esse talento pra bolar algo daqule tipo. Um dia eu pedi que ela beijasse uma das cartas e me enviasse; não achei que ela fosse fazer isso, mas ela fez. Não preciso dizer que fiquei nas nuvens com aquela carta, me levou às alturas. Depois de várias cartas, enviei a última. Digo que foi a última porque não recebi depois mais nenhuma carta dela. Nesses anos todos, às vezes eu me lembrava dela quando pegava uma história em quadrinhos e lia as cartas dos leitores. Essa semana fiquei curioso em saber por onde ela andava e pesquisei sobre ela; achei no Orkut e adicionei pra ver se ela me aceitava. Ela, mantendo sempre sua enorme atenção e educação, me aceitou. Gosto de relembrar coisas boas que me deixaram saudades, e fiquei feliz em saber que ela está bem.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eleições brasileiras - A vergonha de uma nação



Inicio esse texto utilizando o subtítulo de um filme de Howard Hawks chamado Scarface - A Vergonha de uma Nação. É uma frase que se encaixa perfeitamente em nosso atual painel político, em especial durante as eleições brasileiras. Nosso país é conhecido por ser a terra da injustiça, da intolerância, da desigualdade, da corrupção e da insegurança entre muitos outros adjetivos que infelizmente são reais, mas precisamos acrescentar mais uma característica: “terra da bagunça eleitoreira”. Nunca se viu tamanha falta de respeito com o eleitor quanto nos dias de hoje com essa eleição para presidente do Brasil, um tremendo circo dos horrores onde ambos os lados apelam pra tudo que podem para “desarmar” e constranger o adversário. É um pega-pega onde é rato correndo atrás de rato.
Vou ser logo claro: não sou filiado a nenhum partido político, não faço campanhas pra ninguém, sempre procurei votar em candidatos por si só, e não porque um ou outro faz parte de determinado partido; portanto, não estou aqui criticando o atual descaso eleitoreiro da atualidade, com intenções de favorecer determinado X, Y ou Z.
O que há aqui no Brasil não é política, mas sim politicagem, esse jogo sujo do poder, essa máquina podre de conseguir mandatos não para fazer algo de bom pelo país, mas sim pra ganhar em benefício próprio. Pelo que vimos no primeiro turno, constatamos ainda mais claramente que os eleitos para os cargos de governadores, deputados e senadores (em sua maioria) não tinham e não têm nenhuma preocupação em construir algo, mas apenas em garantir um bom salário no final do mês. Muitas “celebridades” e esportistas decadentes apelaram pedindo voto e se deram bem. Política hoje é um bom negócio, mas infelizmente, muitos políticos não satisfeitos com o que já ganham, ainda metem a mão no dinheiro público, agindo de forma criminosa, sabendo que esse país é onde impera a impunidade.
Nunca tivemos tanta corrupção na política, onde já virou até caso de piada (onde deveria ser caso de justiça) com aquela história do dinheiro na cueca. Seria cômico,  mas a questão é que é o dinheiro de altos impostos que pagamos. Muitos além de roubarem, ainda sabem ser cínicos e inventam mil e uma teorias para dizerem que não sabem de nada. Mas o povo sabe, quer dizer, não todos, porque o que eu vejo de gente alienada por aí não é brincadeira. Gente que idolatra políticos onde só lhes faltam beijar os pés. Aliás, Brasil virou terra de idólatras, aqui se idolatra de tudo: artistas, participantes de reality shows, jogadores de futebol e agora a nova febre: idolatrar políticos. No começo do ano tivemos uma propaganda cínica em forma de filme, do Lula; um filme até mesmo pobre de conceitos onde não funcionou nem mesmo a idéia de se colocar Luís Inácio como santo. À Propósito, se tivessem colocado asas e uma auréola na cabeça dele talvez convencesse um pouco. Mas a maioria do povo brasileiro dessa vez não engoliu essa jogada (não sei que milagre foi esse) e rejeitou essa produção. Isso faz parte do jogo sujo, tentar de tudo, até mesmo o cinema pra ganhar a simpatia do povo. Será que farão também um filme do Collor? Quem é esperto sabe que votando em um candidato deve exigir dele o que ele deve fazer por pura e simples obrigação. Não devemos favores a políticos, mas eles sim nos devem. Não temos que idolatrá-los, isso é coisa de pessoas puxa-sacos, de mente pequena ou vazia.
Essa luta de interesses eleitoreiros entre petistas e tucanos virou uma palhaçada sem tamanho. Um aponta uma difamação (ou verdade, não sei), o outro rebate com outra ainda maior, e aí o bolo vai aumentando e azedando. São candidatos que traem aliados, se unem a políticos que fizeram da máquina pública um cofre particular.
Não vivemos em uma democracia como muitos querem fazer crer por aí. Num país democrático o povo não é obrigado a votar. Parece até piada quando dizem: “O voto é livre”. Não, não é livre; se fosse livre o povo poderia escolher em não votar. Mas aqui somos obrigados, e isso acaba virando uma grande contradição: o voto é livre, porém obrigatório.
É interessante como a Petrobrás, empresa que mais lucra em todo o país é hoje alvo de interesse nos programas políticos, onde se discute entre outras coisas o andamento do projeto do pré-sal e de outros assuntos ligados à essa “gigante”. E Por que numa hora dessas todos os candidatos são contra o aborto? Simplesmente porque o aborto vai contra as normas e éticas da religião cristã, e pra não perderem essa fatia de eleitores, os candidatos se transformam em não-liberais. Independente de ser ou não uma discussão delicada, o aborto é aqui nesse contexto uma discussão de interesse puramente eleitoreiro.
O que eu critico aqui não é o voto em si, não é a política, mas sim o modo como as coisas estão se encaminhando para o precipício em relação a política brasileira. Estamos diante de um painel enganador, um show de ilusionismo pra enganar aos olhos mais desatentos. O coelho não está na cartola, ele foi implantado em nossas mentes através de propagandas bem feitas, palavras bonitas que na verdade foram escritas por assessores, “melhorias” que estão somente em nossa imaginação, mas que na prática nada funciona. Na Roma antiga, durante os duelos de gladiadores nas arenas, os senadores mandavam distribuir pães para o povo durante os espetáculos de lutas. Isso tinha o propósito unicamente de fazer com que o povo naquele momento se divertissem de barriga cheia e aplaudissem  a soberania e o poder do imperador romano. Mas quando aquele povo voltava para suas casas, percebiam que a comida acabou e o espetáculo também. Os que não se deixavam levar pelos farelos, se impunham e procuravam estabelecer um raciocínio de não-aceitação de migalhas, mas sim correr atrás de seus verdadeiros direitos e valores como cidadãos. Aqui no Brasil é até complicado correr atrás dos próprios direitos, sobre o risco de virar “carta marcada”. O sistema “burrocrata” brasileiro engole o cidadão e o coloca no lugar de espectador nas “lutas entre opositores políticos”. Nessa arena brasileira durante os espetáculos de candidatos pedindo votos, há muitas pessoas que comem as migalhas de pães que lhes distribuem.  

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro




Há três anos foi lançado Tropa de Elite, um dos filmes brasileiros mais aclamados da história do cinema nacional. Assim como Cidade de Deus que mostrava o crime organizado de maneira ultra-realista e sem nenhuma maquiagem, Tropa de Elite mostrou além do crime organizado, a ação da equipe policial Bope, uma das mais temidas do Rio de Janeiro. Liderado pelo Capitão Nascimento (Wagner Moura), o esquadrão Bope recrutava homens para ingressar e fortalecer seu corpo tático, mas não era qualquer um que tinha peito pra fazer parte da equipe.
Tropa de Elite poderia ter se tornado o maior sucesso do cinema nacional se não fosse por um detalhe: a cópia do filme vazou e foi parar nas mãos dos “piratas” antes mesmo de ser lançado no cinema. Resultado: muita gente não quis ir ver na tela grande o que poderia ver a qualquer momento em casa, e não era cópia gravada de dentro do cinema, mas o filme em si com sua cópia bastante boa. Três anos depois é lançado sua continuação, porém com outro detalhe: o próprio diretor deixou claro que esse é pra ver exclusivamente no cinema, se referindo à impossibilidade de haver cópias. Mas uma coisa é certa: mesmo que esse filme venha a ser vendido nas ruas (dessa vez com imagem de cam, é claro), o bom mesmo é vê-lo na tela de cinema exibindo suas maiores qualidades. Aliás, qualidade é o termo que cai super bem à continuação Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro. Se o primeiro já era muito bom, esse agora é ótimo.
Começa de forma a não revelar muita coisa: o Capitão Nascimento é alvo de uma emboscada. Daí em diante seguimos sua trajetória (e sua narração), nos colocando dentro da penitenciária Bangu 1, onde há uma rebelião de presos liderados por um violento criminoso (Seu Jorge). Nessa que é uma das melhores seqüências dos últimos tempos em um filme brasileiro, acompanhamos o Bope entrando em ação pra tentar contornar (ou acabar de vez) com essa situação, quando é chamado um defensor dos direitos humanos (Irandhir Santos). Tudo acaba de forma imprevisível e começa então uma guerra entre policiais, bandidos e políticos (!!!). Aliás, os políticos são os verdadeiros vilões aqui, eles mentem, contratam, fazem acordos e preparam o terreno para que um grupo de policiais corruptos chefiados pelo comandante Russo (Sandro Rocha) estabeleçam uma milícia ultra-violenta nas favelas cariocas. Essa milícia detém o poder do tráfico, seja roubando e matando, seja assaltando delegacias pra roubar armas. Obviamente não vou falar mais acerca dos acontecimentos pra não estragar a surpresa de quem ainda não viu o filme, só adianto que muitas reviravoltas acontecem em pouco menos de duas horas. O Capitão Matias (André Ramiro) e o comandante Fábio (Milhem Cortaz) continuam tendo participação importante na história). Uma repórter (Tainá Müller) tenta descobrir até onde vai toda a corrupção). Um apresentador de um programa sensacionalista de TV tenta manipular a opinião pública. Se lembram daquele comandante do primeiro filme que disse aquela famosa frase: “Pra eu te ajudar, você tem que me ajudar a te ajudar. Se é pra rir, tem que fazer rir.”? Pois é, esse aqui se tornou peça-chave em toda a sujeira, ele é o líder da milícia que eu citei mais acima. Russo é o maior vilão de Tropa 2, ele é quem manipula as facções e faz a maior guerra nos morros. Mas Russo não comanda tudo sozinho, ele tem o apoio de aliados dentro da própria polícia, além de chefes de gabinetes, deputados, e o governador do estado. O diretor José Padilha não faz vista grossa, e sai atirando pra todos os lados, não poupando ninguém. Padilha que além de diretor é um dos roteiristas e produtor pode ser considerado o cineasta mais corajoso do cinema brasileiro. Tudo que ele mostra no filme não parte da mente exagerada ou paranóica de alguém, mas de fatos que são de conhecimento de todos, ele só estende toda a sujeira e o “ventilador” se encarrega de jogar pra todos os lados. Sua direção é exemplar, seca, e sem rodeios; tudo é mostrado de forma direta, sem espaço pra sub-tramas desnecessárias ou romances forçados pra atrair público mais jovem em busca de situações água-com-açúcar.
Tropa de Elite 2 não deve nada aos melhores filmes do cinema mundial. É tenso, direto e corajoso; brilhantemente dirigido, produzido e interpretado. Falando de interpretação, vale ressaltar o formidável trabalho de todo o elenco. Wagner Moura está novamente perfeito na pele do Capitão Nascimento. Ele passa ao seu personagem todo o drama e aflição, interpretando um homem que se vê acuado e sem poder confiar em mais ninguém; André Ramiro retorna com toda sua seriedade impondo respeito no papel do Capitão Matias; Milhem Cortaz dessa vez mostra outra faceta na pele do comandante Fábio. Sandro Rocha está ótimo no papel do líder da milícia, seu personagem assusta e causa repulsa todas as vezes que entra em cena. André Mattos mostra todo cinismo no papel do apresentador de TV e futuro político; Irandhir Santos faz com profundidade o papel do defensor dos direitos humanos (seu papel é fundamental para o entendimento de todo o filme); Seu Jorge está sinistro como o líder dos amotinados de Bangu 1. Todo o elenco de apoio brilha e enriquece um filme que não se preocupa em discutir fatores sociais, ele apenas joga na mesa e cabe a cada um de nós tirar nossas próprias conclusões.
Longe de filmes maniqueístas vistos recentemente que tentam exaltar figuras públicas, Tropa de Elite não joga nada pra debaixo do tapete, mas sim expõe toda a corrupção de forma crua e nada sensacionalista. O diretor Padilha optou por um tom bastante realista que chega a causar arrepios: as cenas dos bandidos nas favelas e o momento em que políticos e policiais corruptos estão numa festa ao som de samba e tiros, é de uma veracidade fora de série. Palavrões não são poupados, tudo é falado da forma mais realista, sem medo de censuras. O discurso final do Capitão Nascimento na CPI é fantástico, onde ele não poupa ninguém e diz o que todos os brasileiros tem vontade de dizer mas não tem oportunidade.
O primeiro Tropa de Elite ficou de fora, não sendo selecionado pelo Brasil pra ser indicado ao Oscar de filme estrangeiro e acabou sendo premiado na Alemanha com o Leão de Ouro no Festival de Berlim. Moral da história: enquanto alguns brasileiros não gostam de ver o Brasil sendo “mal” representado no exterior com filmes que denunciam toda a corrupção e sujeira verde-amarela, os estrangeiros não estão com essa preocupação e reconhecem o verdadeiro valor do que é bem produzido.
Andando a passos largos pra se tornar o maior sucesso do cinema brasileiro de todos os tempos, Tropa de Elite 2 é o filme mais corajoso, tenso e brilhante dos últimos anos e um dos melhores do cinema brasileiro. Exagero? Confira e tire suas próprias conclusões.


Nota: 5 de 5

Ttitulo original: Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro

Lançamento: 2010 (Brasil)

Direção: José Padilha

Atores: Wagner Moura, Maria Ribeiro, André Ramiro, Milhem Cortaz, Irandhir Santos, André Mattos, Sandro Rocha, Seu Jorge.

Duração: 116 minutos

Policial

Astros mirins do cinema


Alguns dos astros e estrelas atuais de Hollywood começaram a carreira quando ainda eram crianças, outros eram astros quando criança mas cresceram e perderam o estrelato. 

Entre os que não fizeram carreira quando cresceram, estão: 


Macaulay Culkin
Esqueceram de Mim (1990) provavelmente não teria sido o enorme sucesso se não fosse o talento do pequeno Culkin que deu ao filme um ritmo envolvente e único. Ele tenta evitar que dois ladrões roubem sua casa em pleno natal. Seu confronto com os bandidos é hilário.
Macaulay cresceu, fez alguns poucos filmes interessantes mas depois não fez mais sucesso. De vez em quando surge em alguma produção, mas bem longe dos sucessos de sua fase de criança. 




Rick Schroder
Quem assistiu O Campeão (1979) estrelado por Jon Voigh, não deixou de notar a presença super marcante do ator que interpreta seu filho. Um garoto apaixonado por cavalos e que torce pelo pai em suas lutas de boxe. Ao ver o pai sendo massacrado pelo adversário na lona, o pequeno garoto vai às lágrimas.  
Schroder não faria mais nada de significante no cinema. Hoje trabalha em séries de TV. 




Haley Joel Osment
Osment surpreendeu o mundo inteiro ao fazer uma inesperada confissão a Bruce Willis no sucesso O Sexto Sentido (1999), um dos melhores filmes de terror dos últimos anos.  Sua interpretação contida lhe rendeu uma indicação de ator coadjuvante.
Osment fez A.I. – Inteligência Artificial, mas depois fez apenas filmes regulares e hoje não se vê mais nenhum filme significativo dele. 




Claude Jarman Jr
Virtude Selvagem é um dos maiores clássicos dos anos 40, conta a história de um garoto interpretado por Jarman Jr. Que tenta criar um filhote de cervo mas é impedido pelas circunstâncias da vida e pelo pai (interpretado por Gregory Peck). O garoto ganhou um Oscar especial por esse papel.
Jarman fez de significativo depois apenas o faroeste Rio Grande, de John Ford. Hoje está com 76 anos de idade.




Shirley Temple
Temple foi talvez a atriz mirim mais famosa do cinema. Hoje não é bem lembrada do grande público, mas encantou multidões com filmes como O Pássaro Azul (1940), onde sai ao lado do irmão e de dois ajudantes em busca de um pássaro azul e de grandes aventuras.
Temple fez mais alguns filmes, porém largou o cinema pra se dedicar a cargos diplomáticos. Hoje está com 82 anos de idade.




Entre os que viraram astros e estrelas estão:


Leonardo DiCaprio
O Despertar de um Homem (1993) foi seu primeiro grande papel no cinema, no papel do garoto que descobre que o homem (Robert De Niro) que se casou com sua mãe é uma pessoa fria e violenta. Ele precisa enfrentar o padastro de qualquer jeito.
DiCaprio se tornou um dos maiores astros de Hollywood com filmes como Titanic, A Ilha do Medo e A Origem. 




Anna Paquin
Paquin ganhou um Oscar de atriz coadjuvante em sua estréia no papel de uma criança impaciente no belíssimo O Piano (1993). Sua mãe feita por Holly Hunter precisa lidar com ela e e com os problemas que as cercam em uma época que as mulheres não tinham voz ativa.
Paquin fez entre outros, os sucessos da série X-Men e recentemente brilha na série de TV True Blood. 




Christian Bale
Bale começou no cinema no papel do garoto que sonha em ser piloto de avião no drama O Império do Sol (1987). Se perde dos pais durante uma ocupação na Segunda Guerra e precisa lidar com a fome e miséria, lutando a todo custo pela sobrevivência.
Bale hoje tem uma carreira sólida, seu maior sucesso é o ótimo Batman – O Cavaleiro das Trevas.





Drew Barrymore
O sucesso E.T. – O Extraterrestre (1982) de Steven Spielberg revelou o talento da pequena Barrymore, uma garotinha que tenta ajudar o irmão a cuidar do alienígena E.T. e garantir que ele chegue em segurança a seu planeta, enfrentando todo tipo de perigos.
Depois de um período envolvida com drogas, Drew retornou aos cinemas. Um de seus maiores sucessos é As Panteras (2000).




Elijah Wood
Em O Anjo Malvado (1993), o pequeno Elijah precisa arrumar uma maneira de deter a força destruidora de seu primo que tem um comportamento agressivo. Sem ter ninguém que acredite nele, sua única saída é tentar fazer tudo por conta própria.
Elijah fez a trilogia O Senhor dos Anéis, um dos maiores sucessos da história, e não parou mais de trabalhar.




Esse aqui não virou astro mas também não parou de fazer filmes:



Henry Thomas
Quem não se lembra do pequeno Thomas em E.T. – O Extraterrestre (1982)? Suas trapalhadas e dramas ao lado do E.T. é inesquecível.
Thomas hoje faz papéis como coadjujuvante, trabalhou em filmes como Gangues de Nova York e Escritor Fantasma, entre outros.



sábado, 9 de outubro de 2010

Duro de Matar




Há filmes que são imitados à exaustão, mas nunca envelhecem, um exemplo perfeito disso é Duro de Matar, o melhor filme de ação policial já feito (Operação França e Bullitt são policiais mas não são rotulados como ação). Em 1987, o diretor John McTiernan surpreendera o cinema de ação ao colocar Arnold Schwarzenegger sendo caçado por uma criatura de outro planeta em O Predador. O sucesso desse filme abriu as portas para que McTiernan fizesse seu melhor filme (Duro de Matar), aquele que o consagraria, mesmo que ele não voltaria mais com o mesmo fôlego em seus filmes seguintes. Alguns deles até foram bons e fizeram sucesso, tais como: A Caçada ao Outubro Vermelho (1990), Duro de Matar – A Vingança (1995) e Thomas Crown – A Arte do Crime (1999); mas alguns deixaram a desejar, sendo fracasso de bilheteria: O Último Grande Herói (1993), Rollerball (2002) e Violação de Conduta (2003). Ou seja, o diretor promissor de dois dos melhores filmes de ação dos anos 80 perderia o jeito pra esse tipo de cinema. Quando foi lançado, Duro de Matar teve alguns pontos interessantes que chamaram a atenção: 1º - O enredo até então original, colocava um policial competente no lugar errado, na hora errada numa situação errada. Mas errado para ele ou para os bandidos? 2º - Entre vários astros da época, optaram por um ator que vinha de uma série cômica de TV chamada A Gata e o Rato. Mesmo que a série era um grande sucesso, nada fazia prever que seu astro Bruce Willis se saísse tão bem em algo até então diferente em seu currículo, um filme de ação super acelerado e sem muito tempo pra bate-papos. 3º - Longe de personagens como Rambo ou dos flmes de Schwarzenegger em que os heróis eram brutamontes que atiravam a esmo e pareciam ser imbatíveis, o personagem principal de Duro de Matar, sangra e precisa antes de correr pra briga, correr de seus adversários. 4º - Tanto o policial McClaine quanto os criminosos agem de maneira incrivelemente cínica em vários momentos.
O policial John McClane vai a Los Angeles visitar a mulher e os filhos. Ele  fica hospedado no prédio Nakatomi Plaza em que sua mulher (Bonnie Bedelia) trabalha. Lá está tendo uma festa entre os executivos e funcionários. Ele se instala em um dos quartos sem querer saber da festa. Terroristas invadem secretamente o local e mantém reféns os demais ali. McClaine percebe que algo está errado e tenta descobrir o que é, quando percebe a invasão dos criminosos e tenta detê-los. De início ele age de forma discreta, mas a situação se agrava e ele se vê forçado a encarar os adversários de frente. São terroristas internacionais liderados pelo alemão Hans Gruber (Alan Rickman) que sequestram o prédio para roubarem uma altíssima soma em ações financeiras. A situação de McClaine piora quando um inescrupuloso repórter de TV revela que ali no prédio há um policial casado com uma das funcionárias, é quando os terroristas usam esse fator para ameaçá-lo. Depois de muitos tiros e explosões, o FBI tenta intervir, mas se torna mais um alvo do enorme poder de fogo dos bandidos. McClaine recebe ajuda apenas de um policial que lhe auxilia por um rádio.
Duro de Matar é isso, um filme de ação que não nos deixa piscar um único segundo, é ágil e acelerado, além de conter alguns toques de sarcasmos vindos de Bruce Willis. Ele injeta doses de humor em seu personagem, em especial nos confrontos diretos com o líder Hans, como na cena em que McClaine o vê pela primeira vez. Os bandidos não perdoam e atiram até mesmo nos vidros só para verem McClaine sangrar.
Os roteiristas Steven E. de Souza e Jeb Stuart fizeram um ótimo trabalho, nunca um filme de ação funcionou tão bem e deu uma dimensão maior à luta crescente entre policial e bandidos. Tudo aqui é barulhento e movimentado. Quando se pensa que os bandidos deram uma pausa, eis que algum deles sai atirando por uma porta ou janela, não deixando ninguém sossegado. Tudo funciona muito bem, da direção ao elenco. A parte técnica é um primor de perfeição, utilizando de forma brilhante o som e os efeitos sonoros.
Duro de Matar teve três seqüências igualmente competentes, mas nunca à altura do original: Duro de Matar 2 (1990), dirigido por Renny Harlin (Risco Total) mostra McClaine num aeroporto invadido por terroristas; Em Duro de Matar – A Vingança (1995), novamente dirigido por John McTiernan, McClaine se une a Samuel L. Jackson pra deter terroristas agindo na cidade de Los Angeles; em 2007, foi lançado Duro de Matar 4.0, dirigido por Len Wiseman (Anjos da Noite 1 e 2) , em que McClaine juntamente com um hacker (Justin Long) tenta evitar que terroristas da informática, armados com o que há de mais avançado em matéria de tecnologia cause um caos em sua cidade. O segundo filme da série segue o mesmo ritmo alucinante do primeiro, mas o terceiro cai um pouco, apesar de também ser bom. O quarto filme volta a ficar mais acelerado e abre caminho pra outras continuações. Willis hoje com 55 anos de idade já deixou claro que ainda pretende fazer mais dois filmes dessa série.
Duro de Matar foi o filme que abriu as portas ao estrelato para Bruce Willis que até então não havia se destacado muito no cinema. Entre seus maiores sucessos (além da série Duro de Matar) estão: Pulp Fiction (1994) de Quentin Tarantino, Os Doze Macacos (1995) de Terry Gilliam, O Quinto Elemento (1997) de Luc Besson, O Sexto Sentido (1999) de M. Night Shyamalan e Meu Vizinho Mafioso (2000) de Jonathan Lynn. Em 2010 apareceu em uma ponta no sucesso Os Mercenários dirigido por Sylvester Stallone.
O elenco de apoio de Duro de Matar também brilha, com destaque para Alan Rickman (Razão e Sensibilidade) como o líder dos terroristas, e o russo Alexander Godunov (A Testemunha) falecido em 1995 aos 45 anos de idade, que faz o terrorista vingativo que tem seu irmão morto por McClaine.
Duro de Matar foi indicado aos Oscars de melhor som, efeitos sonoros, efeitos visuais e montagem, mas perdeu a maioria desses prêmios para Uma Cilada para Roger Rabbit. Duro de Matar foi posteriomente copiado inúmeras vezes (A Força em Alerta, Morte Súbita, etc.), mas nunca perdeu seu brilho e o posto de melhor filme de ação policial do cinema. 


Nota: 5 de 5

Ttitulo original: Die Hard

Lançamento: 1988 (EUA)

Direção: John McTiernan

Atores: Bruce Willis, Alan Rickman, Bonnie Bedelia, Alexander Godunov, Reginald VelJohnson

Duração: 131 minutos

Ação/policial

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Traições nos relacionamentos


Mais do que qualquer outro motivo, a infidelidade é o maior causador de separações entre casais, e não me refiro apenas aos casados, mas também noivos e namorados. Nunca se viu tanta traição, a ponto de se questionar se há mesmo possibilidade de se confiar em mais alguém nesse mundo. Já vi casais que pareciam super felizes, mas que acabam não dando certo por causa de traição. Na verdade, acho que está tudo de mal a pior, sem expectativas de melhoras. Não dá pra confiar plenamente em mais ninguém quando o assunto é fidelidade no relacionamento. Vejo casos de mulheres que estão noivas, prestes a se casarem, saindo com outros homens (claro que às escondidas). Há casos de homens que têm três ou quatro namoradas. 
Mulheres, se seus maridos estiverem demorando de chegar em casa, dizendo que o chefe mandou que ficassem até tarde, pode começar a desconfiar. É claro que há casos que realmente são exceções, mas a maioria é pura desculpa pra ficarem com mulheres por aí. Se seu marido começar a ficar valente com você, pode ser sinal que outra o está agradando mais; se seu marido começar a te dar muitos presentes, te agradar de todas as maneiras, desconfie também, pergunte a si mesma o porquê de uma mudança tão repentina. Isso pode significar que ele esteja pretendendo te “comprar” de uma maneira menos direta, pra você ficar tão “encantada” e ficar sem jeito pra ficar fazendo perguntas quando ele der suas “escapulidas”. Esse negócio de futebol com os “amigos” em parte é conversa pra enganar mulheres. Em alguns casos até acontece o jogo, mas o melhor pra eles está no que vem depois. Mas daí também alguns desses homens podem se dar mal com isso, uma vez que, marido ausente, o vizinho está de olho, ou até mesmo aquele “amigo” que já andava de olho na esposa alheia. O ditado “Quando o gato sai os ratos passeiam” pode se encaixar nisso também. Muita gente já carrega a infidelidade no sangue. Há homens e mulheres que traem o companheiro (a) com a maior cara-de-pau, sem a menor cerimônia. Em alguns casos é mais fácil confiar mais nos (as) solteiros (as) do que nos casados (as). Não escrevo isso porque já fui traído, na verdade nunca fui (quer dizer, eu acho que não. Não posso ter certeza absoluta), e não quero jamais ser traído (mas quem quer?). Na verdade, depois de ver tantos casos de traições, fica difícil e desanimador acreditar em relacionamentos. Mas acho que há sempre uma luz no fim do túnel, nem tudo está perdido. 
Eu conversei com alguém dias atrás, e essa pessoa me disse algumas coisas que ele presencia no motel em que trabalha. Ele disse que carros e motos não param de chegar ali, em sua grande maioria com mulheres e homens casados ou comprometidos de outras formas, muitas vezes se escondendo pra não serem reconhecidos. Aquela namorada que parecia tão correta, pode ser vista entrando no motel até mesmo com dois homens ao mesmo tempo (detalhe: nenhum desses homens é seu namorado). Aquele rapaz que é um exemplo de namorado, que coloca em Orkut as mais belas mensagens de amor para a namorada, pode ser visto entrando com mulheres e amigos. Ele me disse também que em muitos casos, velhos gordos e cachaceiros são vistos entrando em motel com adolescentes de 14 e 15 anos. Segundo o que ele me disse ainda, os maiores casos de traições em motéis acontecem durante o meio-dia (o horário menos suspeito), quando o marido liga pra esposa dizendo que não irá almoçar em casa porque há muito trabalho a fazer; e mulheres dizem que irão almoçar na casa de uma “amiga”. Quando uma mulher está em sua casa aprontando o almoço, imaginando que seu marido está se esforçando mais no trabalho, ele está na cama de um motel com outra mulher. Sua namorada ou noiva pode estar te traindo com um amigo seu, e fica te dizendo que está estudando ou trabalhando. Você que é uma namorada dedicada, e espera seu “príncipe encantado”, e ele demora de chegar, você liga pra ele pra saber se ele já vem, mas eis que a amante atende o cel, e você se dá conta que o castelo desmoronou e as fadas na verdade não existem.
Desconfio muito desses amores roxos, esses amores que parecem chamas de fogo que ninguém ou nada poderá apagar. Quando eu vejo muito “Eu te Amo, eu te adoro, você é  minha razão de viver...”, percebo logo que aquilo não irá durar muito tempo. Não que eu seja pessimista em relação ao amor, pelo contrário, acredito no amor e sou muito romântico, mas em se tratando de seres humanos e suas emoções, tudo é capaz de acontecer, até mesma algumas pessoas tentarem conquistar alguém com palavras lindas, mas que no fundo são ditas sem nenhum compromisso de amor verdadeiro.
Já ouvi falar de casos de traições que aconteceram na própria cama de um casal. Homens que traem suas esposas com adolescentes, amigas das filhas, a empregada, a vizinha, etc. Mulheres que esperam o marido sair e logo depois liga pra alguém dizendo que ficou só, ou até mesmo têm um caso com o primeiro que bate na porta pra vender alguma coisa ou consertar algo. 
Uma pessoa descobre que o companheiro lhe (a) traiu, se separam (em alguns casos não separam), depois resolve dar uma segunda chance. Mas daí essa pessoa descobre que aquele (a) que traiu está começando com as mesmas conversinhas de demora no trabalho, etc., mesmo que seja verdade, a pessoa traída jamais voltará a ter plena confiança outra vez naquela pessoa. O dilema da dúvida lhe perseguirá para sempre. Quando se perde a confiança em alguém, não há como recuperar de volta, por mais que os esforços pra isso sejam grandes. Como diz uma certa frase: “Não se tem uma segunda chance de se causar uma primeira impressão”. Se um dia acontecer comigo uma traição, não terá segunda chance. Cada um vai seguir sua vida.
Fiquem de olho, não acreditem em mudanças repentinas ou rotinas alteradas. Não acreditem em conversinhas feitas pra te enganar. Não estou dizendo que a infidelidade virou uma epidemia e que todo mundo anda traindo todo mundo. Só digo que nos tempos de hoje é mais difícil encontrar alguém em quem confiar.