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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Minha amiga Nara


Não posso deixar de falar aqui de uma pessoa maravilhosa chamada Nara, uma pessoa que conheço a tão pouco tempo, mas que tem um lugar especial em meu coração. É uma pessoa especial entre as pessoas especiais que conheço. Estou escrevendo esse texto sobre ela, porque ela me tem inspirado muito aqui no blog e porque ela é alguém que merece ser lembrada pela pessoa que é. È alguém de bem com a vida, muitíssimo inteligente, sorridente e muito meiga. Nara (ou Narinha) é da cidade do Piauí, faz faculdade de Letras, se preocupa em ajudar os jovens em uma comunidade do bairro, toma conta do sobrinho recém-nascido chamado Augusto (ela é titia coruja, rsrs), e ainda é escritora de mão cheia. Por sinal, uma grande artista.  Nara não é açúcar, mas é um doce de pessoa. Costumo dizer a Nara  que é uma pena a gente morar tão longe. Se fosse mais perto, eu a pediria em casamento (rsrs, depois dessa ela me mata!) Poucas vezes em minha vida conheci alguém que me incentivasse e gostasse tanto do que escrevo. Pode até ser que futuramente a distância acabe por nos tirar essa amizade (porém, é o que eu jamais desejaria), mas com certeza guardarei essa pessoa tão linda em meu coração. Quem lê meus textos aqui no blog, sabe que guardo certa mágoa desse nosso país, pois ao trabalhar de casa em casa, eu vejo o sofrimento do povo brasileiro na sua realidade mais crua, suas desigualdades e injustiças. E aí eu me pergunto: Porque não temos mais “Naras” por aí? Faria uma enorme diferença. Mas sei que, na cidade onde ela mora, ela faz a parte dela, se importando em passar seus conhecimentos para aquelas pessoas de poucos recursos financeiros.
Olhem só o que ela me escreveu, sobre os planos futuros para o seu sobrinho Augusto que ainda não havia nascido:

“Kley,
Obrigada!
Eu estou tão feliz... e já fiz planos... ele vai conhecer as artes, literatura e cinema é claro...
vou contar historinhas para ele, inventar historinhas sendo ele o personagem principal... vou cantar, etc.
Amor, carinho, cultura e muito mais não irão lhe faltar!!
Kkkk”

Nara em seu blog nunca esquece de mim e nem da Fran (uma amiga que nós temos em comum, uma pessoa igualmente maravilhosa). Ela está sempre contando fatos acontecidos com ela, na forma de diários. Às vezes eu a chamo de nova Anne Frank, rsrs. Mas creio que o apelido melhor seja: “Uma nova Clarice Lispector”.
Outros apelidados que a chamo são: My Fair Lady e Boquinha de Morango, rsrs.
Enfim, Nara é uma amiga que todos nós sempre desejamos ter. Alguém pra se trancar dentro do coração e esconder a chave pra nunca mais abrir.
Nara assina os comentários aqui no blog com o nome: A. R. MORAES. E seu blog é: http://limitesdesconhecidos.blogspot.com/
Que ela continue sendo sempre essa pessoa bem feliz e espontânea, e que o pequeno Augusto possa seguir seus passos, pois, ter uma titia dessa é ter um dicionário do lado. Um dicionário não só de conhecimentos, mas de coisas agradáveis e maravilhosas.

Os Quadros das Crianças Chorando



Se você não tem em sua casa um desses quadros de crianças chorando, pelo menos já deve ter visto algum por aí. Aqui no Brasil essas pinturas são bastante comuns. São obras pintadas em sua grande maioria por um italiano chamado Giovanni Bragolin nos anos 70 e 80. Na verdade, Bragolin pode ter sido outra pessoa (ou outras pessoas), até mesmo de outro país. Esses quadros são vendidos mundo afora, e têm uma grande circulação por onde chegam.
Mas o que muitas pessoas não sabem é que esses quadros têm fama de obras diabólicas. Pessoas interessadas em desvendar os mistérios desses quadros apontam-lhes mensagens subliminares. Dizem que há elementos sugerindo sofrimentos a essas crianças, tipo mãos lhes sufocando, e que, ao colocá-los de cabeça para baixo, percebe-se alguns contextos malignos contidos neles.
Daí vem a pergunta: Por que alguém acharia legal ter quadros de crianças chorando? Se a gente não se sente bem em ver um adulto chorando, o que dizer então de uma criança? Queremos ver crianças sorrindo, alegres e descontraídas. Que ser humano dito normal tem prazer em olhar pra um quadro e ver ali só tristeza representado na figura de uma criança? Daí já se tira que algo está errado. Não vou me sentir bem em olhar pra algo que me faça sentir deprimido.
Há muitas histórias cercando essas pinturas, algumas delas são:
- Esses quadros causariam incêndios em residências. No final, em meio às cinzas esses quadros estariam intactos. O choro representaria a tragédia que estaria pra acontecer.
- O próprio autor dessas obras teria afirmado ter feito um pacto com o diabo pra propagar esses quadros que de certa forma não têm justificativa pra terem se tornado tão famosas.
- As pupilas dos olhos dessas crianças estariam dilatadas, significando que elas já estariam mortas quando o pintor as usavam como modelo.
Mito ou não, verdade ou mentira, de uma coisa não podemos discordar: Quadros de crianças chorando não alegram e nem elevam ao bem estar a vida de ninguém. Pelo contrário, só espalham tristeza e amargura.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

X-Men - Dias de um Futuro Esquecido




Em um futuro não definido, o grupo de mutantes chamados X-Men, sofrerá a mais impiedosa perseguição de suas vidas. Mas não serão apenas eles as maiores vítimas, mas todos os mutantes e consequentemente a raça humana também. Depois de ter acontecido algo muito sério no futuro, uma espécie de invasão de umas máquinas de guerras robotizadas, o futuro se torna um caos. Frente a isso, o que restou do grupo tenta uma resistência e manda ao passado a integrante Kitty Pride a fim de que esta possa avisar a eles mesmos no tempo presente e assim consequentemente, eles fazerem de tudo para impedirem a catástrofe.
No futuro, os mutantes serão caçados, aqueles que não morrerem em combate serão presos e mantidos em campos de isolamento (uma clara alusão aos Campos de Concentração mantidos durante a Segunda Guerra Mundial). Em 2018, antes que os robôs gigantes chamados Sentinelas acabem de vez com o que sobrou da humanidade, um pequeno grupo dos mutantes ainda vivos conta com a ajuda da Kitty no ano de 1981 (ano de publicação da história). Os mutantes do presente a princípio relutam em aceitar essa história absurda, mas aos poucos vão se dando conta de que é tudo verdade.
Então vemos duas épocas se integrarem em uma única história: no presente os X-men lutam contra a irmandade de mutantes para terem sucesso na missão de mudarem seus destinos, e no futuro eles vão sendo perseguidos e mortos pelos Sentinelas.
Essa história em quadrinhos foi criada em 1981, por Chris Clareamont (roteiro), John Byrne (co-roteiro e desenhos) e Terry Austin (arte-final), e com o passar do tempo se tornou juntamente com a saga Fênix Negra as duas melhores histórias dos X-Men. É de fato um belo trabalho, tendo influenciado de certa forma o diretor James Cameron a fazer o seu O Exterminador do Futuro. Repare nas semelhanças entre essa história dos mutantes e o filme de Cameron. Muitos outros filmes, HQs e séries de TV beberam da fonte dessa saga apocalíptica e hoje é uma grande referência no meio artístico.
Dias de um Futuro Esquecido é um ótimo material pra curiosos e novos leitores que querem conhecer o que há de melhor na fase de ouro dos super-heróis da Marvel. Quase 30 anos depois de sua publicação, ainda continua bastante atual.

terça-feira, 22 de junho de 2010

1984 - Um estudo sobre a Distopia

Várias pessoas ao redor do mundo apontam 1984 como o melhor livro do século 21. Exagero? Creio que não. Estamos diante de uma das obras mais lidas, discutidas e interpretadas da história da literatura nas últimas décadas. O livro definitivo sobre a Distopia (Totalitarismo, forma de oprimir massivamente um povo, vigiando-as e tirando toda e qualquer liberdade de toda uma sociedade).
Escrita em 1948 pelo inglês Eric Arthur Blair, ou George Orwell como é bem mais conhecido, 1984 narra o drama de Winston Smith, um funcionário do “Ministério da Verdade”, encarregado de alterar documentos que vão contra o regime autoritário no qual ele está subjugado, e também expandir falsas idéias democráticas. As propagandas precisam favorecer o autoritarismo, e tudo é vigiado por Teletelas, onde o Grande Irmão observa tudo em suas casas; nada escapa ao vigia que está em forma de TVs nas paredes dos lares dos cidadãos . Winston é um insatisfeito, ele acredita que tudo pode mudar, voltar a ser como era antes, uma sociedade livre. Ele conhece uma funcionária que divide com ele todas as opiniões de que esse terror deve acabar. Ela lhe dá um bilhete onde está escrito: “Eu te amo”. Porém tudo é feito às escuras, porque tudo é proibido, até mesmo o contato sentimental entre homens e mulheres. Suas idéias e sentimentos são mantidos em segredo total. Mas a confiança ao novo ideal de liberdade os fazem recorrer a um aparente aliado nessa luta: um funcionário do alto escalão que os propõem a ajudá-los, mas tudo não passa de um plano do regime para saber quem se atreviam a desafiá-los; traídos por esse funcionário, eles são submetidos à torturas. Sem saída, eles recuam e cedem novamente ao grande pesadelo. Um pesadelo que forma uma sociedade de detenção, uma anarquia disfarçada de Estado. Ali, dois mais dois são cinco, e se você alguém negar isso, estará negando ao sistema, e a punição para os que assim o fazem é severa. Winston sabia que não deveria se atrever a ir contra um regime tão corrupto que age de forma onipresente, vigiando a todos e tudo. Mas ele sabia também que algo precisava ser feito, ou ao menos tentado, e é aí que a história ganha contornos de revolta, desespero e insubordinação.
Em 1948, o mundo já havia presenciado duas grandes guerras num período relativamente curto. A Alemanha e a Itália tentavam impor seus autoritarismos com o Nazismo e o Fascismo, respectivamente. Na Espanha, o general Francisco Franco espalhava seu regime nocivo; na Rússia, Josef Stalin não fazia por menos. Baseando-se nesses horríveis retratos da realidade, Orwell escreve seu 1984, sob uma forma de alerta, nos mostrando que uma forma de governo que adquire um apoio coletivo no início (um exemplo maior foi a simpatia do povo alemão pelas idéias de “mudanças” de Adolf Hitler, que culminou em uma das maiores tragédias a que se tem notícia na história mundial) pode trazer conseqüências drásticas a todo um povo e até mesmo ter sérias conseqüências no mundo inteiro.
Mas Orwell não condena em sua obra apenas os regimes visíveis a todos, mas também algumas coisas que não parecem, mas no fundo têm conteúdo de controle de uma sociedade, mas que não se apresenta de forma transparente. A censura foi um dos grandes males de diversos países, inclusive no Brasil. E ainda o é em alguns países por aí. Em muitos casos vemos essas censuras de forma “discreta” em países ditos democráticos, disfarçados de leis ou regras, mas que no fundo não passam de “fiscalizações autoritárias”. Uma das maiores influências de Orwell, parece ter sido o Absolutismo francês. A Revolução Francesa é também um grande espelho dessa obra. Daí tiramos a conclusão de que sempre na história da humanidade houveram déspotas decididos a aniquilarem o poder de liberdade das pessoas. No mundo atual, em maior ou menor grau, não é diferente. Quem já não se sentiu ou se sente de alguma forma vigiado? Quem não se sente calado por um governo mentiroso que se diz do lado do povo? Quem não se sente num emaranhado de situações burocráticas?
!984 influenciou várias mídias,como a TV e o cinema, além da própria literatura. No cinema, filmes como V de Vingança (Baseado nos quadrinhos de Alan Moore) e A Vida dos Outros falam de sociedades vigiadas e controladas. Na TV, deu nome a um programa discutível chamado Big Brother (Grande Irmão).
Entre outros livros, Orwell escreveu também A Revolução dos Bichos (1945), no qual faz uma severa crítica ao sistema opressivo, quando um bando de animais se revolta contra seu dono e toma o poder, mas esse mesmo poder nas mãos de alguns homens tende a criar um caos ainda maior do que antes. Uma clara alusão a regimes como os de Robespierre pós Revolução Francesa, e Stalin pós Revolução Russa, entre vários outros regimes estendidos a vários séculos.
A luta pela liberdade às vezes traz uma escravidão pior do que a que era vivida antes. O Brasil, um país pobre, injusto, com péssima distribuição de renda e serviços precários de saúde, segurança e educação, é um prato cheio para que a maioria da população venha a dar créditos a políticos que prometem mil soluções, mas no fim só escravizam um povo já maltratado, tornando-os desesperançosos. Mas há uma frase que diz: O povo tem o governo que merece.
Em A Peste, do escritor francês Albert Camus, no último parágrafo está escrito:

“Na verdade, ao ouvir os gritos de alegria que vinham da cidade, Rieux lembrava-se de que essa alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que essa multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz.”

Se o mundo não tomar cuidado, o mesmo pode acontecer com a liberdade dos povos. No lugar de ratos, serão homens que virão sorrateiramente, enganando a todos, e quando menos se perceber, já estarão no poder escravizando a todos e espalhando uma “peste” chamada totalitarismo.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tempos difíceis

Você tem sua vida, não deve nada a ninguém no que diz respeito a ter que dar satisfações, mas vive de uma maneira que fica parecendo que algumas pessoas são donas de você. Amigos, ou ditos amigos lhe apunhala de alguma forma, você se frustra. Vai resolver um pequeno problema com o cartão de crédito ou saldo bancário e se vê num emaranhado de burocracia típico desse país atrasado no qual vivemos. Você percebe que tudo parece uma conspiração pra te deixar pra baixo. É curioso como as coisas nos dias de hoje já não conseguem mais se encaixar: Empregos desfavoráveis, amigos muitas vezes traíras, relacionamentos frustrados, espera de uma felicidade que parece não chegar. Você tenta fazer tudo da maneira correta, mas as pessoas de alguma forma não reconhecem o que você faz. Se você é uma pessoa séria, dizem que você é metido (a), se é uma pessoa brincalhona, dizem que você é bestalhão (a), se você é sério e brincalhão, dizem que você é falso (a). Ou seja, de qualquer forma você estará desagradando. Então, como se comportar em meio à sociedade? Mas você não deve nada a ninguém, “então que se exploda todo mundo”!, Diz você. Mas você não pode morar em um mundo habitado por pessoas que se dizem civilizadas e de alguma forma não se importar com algumas coisas. Então as coisas tomam rumos complicados de se resolver.
Na geração atual vemos muitas pessoas agressivas, incompreensíveis, intolerantes, infiéis, debochadas, violentas, desprezíveis, infiéis, enganadoras, interesseiras, incorretas, julgadoras, etc. Então como viver de maneira correta em meio a tantas víboras? Ou você luta contra tudo isso, se mantém distante dessa corja, ou você acaba se rendendo a tudo isso, e quando você percebe, já está vivendo do modo deles. Claro que ninguém é perfeito, mas como saber que você não está entre essas víboras? Fácil, você lê esse texto e se avalia, faz uma auto-análise de seu caráter e comportamento. Eu particularmente sei que não me encaixo em nada do que escrevi sobre a geração de hoje. Posso dizer que sou decepcionado, frustrado e triste com o mundo atual, e digo até mesmo que não espero grande coisa pro futuro. Não, não estou sendo melancólico ou pessimista, isso é bíblico.
Que pai ou mãe não se preocupa com o futuro que seus filhos viverão daqui pra frente? As preocupações triplicaram: pedofilias, doenças sexualmente transmissíveis, índices alarmantes de violência, álcool propagado e liberado à vontade, uso crescente de drogas, imoralidade aos nossos olhos, enfim, a bestialidade encarnou no modo de vida da humanidade ainda mais do que nos velhos tempos.
Em 2008 houve um terremoto na China que matou milhares de pessoas; um repórter de uma TV estava com o embaixador brasileiro da China ao telefone, ele ao invés de lhe perguntar sobre as medidas a serem tomadas naquele triste acontecimento, espantou pelo menos a mim, quando perguntou:
“Senhor embaixador, os Jogos Olímpicos sofrerão alguma mudança em relação a isso”?
O elemento estava mais preocupado com esporte do que com as milhares de pessoas que tombaram em meio aquela tragédia. Isso nos mostra que a humanidade em certa parcela (obviamente seria injusto colocar como um todo da população) já não se importa com a humanidade, deixando isso em segundo plano em prol de torneios esportivos, diversões, interesses próprios, etc. Nada mais vergonhoso pra raça humana. Depois reclamam que tudo vai de mal a pior.
Diferentemente dos filmes ou livros de ficção científica no qual alienígenas vêm à Terra e destroem o nosso planeta, na vida real o homem é objeto de sua própria destruição. É demagogia falar de paz, nos tempos de hoje. Sair nas ruas pedindo paz é algo banal. Pedir paz pra quem? Pra mim e você que não matamos, roubamos e nem destruímos? Por que se for pedir paz a bandido, sinto muito, mas isso é uma tremenda falta de raciocínio lógico. Bandido já é um sujeito frio, impiedoso. Será que essas pessoas da “paz” acham mesmo que saírem de branco pelas ruas em passeatas, abraçar o estádio do Maracanã ou fazer shows em prol da não-violência fará com que criminosos se comovam com tudo isso e deixem de praticar violências e mortes?
Às vezes eu tento entender como as coisas se tornaram tão ridículas. Por exemplo, a mídia dá tanta ênfase em políticos ladrões e crimes praticados por gente da classe média alta. Sabemos que em nenhum dos dois casos haverá justiça. No fim tudo acabará da melhor forma, para os réus é claro. Quem acredita que aquele casal que jogou a criança de um dos andares do prédio em que morava, ficarão de fato presos por muito tempo? A hipocrisia tomou conta do circo e não tem como se esperar mais nada de bom.
Num país onde um governante promete que a fome seria extinta, crianças índias lieralmente morrem de fome no estado do Norte. Então devemos mesmo acreditar nos políticos e politicagens que comandam esse país? Nunca.
Aqui tudo vira-se rei de tudo: dos baixinhos, do futebol, da jovem-guarda. Se isso de fato fizesse um pingo de diferença, seria até bom, não acha?
Quem nesse mundo cai em ganâncias, correndo atrás de prosperidades financeiras a todo custo, se mostra o mais coitado dos seres humanos. A História nos mostra que a busca excessiva por riquezas materiais só trazem conseqüências amargas. Logicamente todas as pessoas devem correr atrás de melhoras, de uma vida melhor, mas nunca colocar isso como uma meta obsessiva de vida. Porque se assim for, estará na verdade perdendo tudo ao seu redor.
O ser humano (mais uma vez não generalizo) sodomizou tanto esse mundo, o transformando numa moradia de perversões sexuais, torpezas e malignidades, que estão sofrendo o efeito “bate e volta”. Tudo que se faz de mal tem um retorno. Pessoas boas sofrem? Claro, e muito. Mas pessoas más sofrem muito mais. Cada ação tem uma reação. A justiça pra essas pessoas perversas e impiedosas não vêm das mãos de homens, mas das mãos de Deus.
Está tudo muito ruim? Com certeza está, dizer que não seria fechar os olhos e não enxergar que tudo está longe de se ter solução.
Se você que está passando por problemas sérios, mas não se vende ao que é podre, espere que tudo se resolverá pelas mãos de Deus (não dos homens). De resto, não acredite que felicidade virá sobre formas de promessas de homens, numa pessoa amada, num curso superior dos seus sonhos, num grande emprego, naquela viagem tão desejada...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sem Novidade no Front



De todos os mais de 80 filmes vencedores do Oscar principal, esse é um dos mais fortes e inesquecíveis. Uma obra-prima, considerada por muitos como um dos dez melhores filmes de guerra da história e o melhor filme anti-guerra de todos os tempos. O ponto de partida já é por si só bastante curioso: tudo é visto através da ótica de soldados alemães.
Durante a Primeira Guerra Mundial, na Alemanha, sete alunos em um colégio se deixam levar por discursos patrióticos de um velho professor e se alistam pra lutarem na guerra e assim servirem a seu país. Em campo de batalha eles descobrem tardiamente que tudo isso foi um grande engano, passando pelos maiores temores e vivendo situações aterrorizantes, convivendo com o inimigo à espreita, fome, doenças, mortes e a sensação de que tudo poderia ter sido diferente se eles não tivessem se deixados enganar pelas palavras nacionalistas daquele professor. Descobrem que a prática é diferente da teoria, e percebem que, com todo aquele horror, alguns sentimentos podem se transformar em desespero, raiva e até individualismo, como um dos soldados que ao ver o amigo com as pernas amputadas lhe pede suas botas, sem ao menos pensar no sofrimento daquele. Dos sete soldados, vemos um a um sendo dizimados, a guerra não lhes reserva vitória nem esperança de voltarem pra casa, tudo o que lhes restam é a morte. Como em Nascido para Matar de Stanley Kubrick, onde soldados já vivem momentos de aflição em pleno treinamento, aqui, os soldados se vêem sob as ordens de um velho carteiro que se tornou oficial e faz de tudo para humilhá-los e sobrecarregá-los. Jogados em uma missão, eles vão parar em um pelotão comandado por um cozinheiro que tenta em vão lhes ensinar as técnicas de sobrevivência. No primeiro ato de luta, já sabemos que escapar daquilo tudo é uma tarefa bastante difícil. O diretor Lewis Milestone, vindo do cinema mudo, demonstra uma técnica invejável numa época em que o cinema ainda engatilhava. Milestone utiliza uma fotografia suja, com traços às vezes expressionistas pra demonstrar todo aquele horror. Numa cena, vemos um soldado usando o par de botas que citei mais acima. Esse soldado logo é morto e depois outro soldado usa aquelas botas, mas em seguida também não fica vivo pra desfrutar delas. Aí vimos que tudo se equipara a um pesadelo, onde tudo é incerto, menos a morte. Não só as seqüências de guerra são mostradas de forma crua e brilhante, mas também os momentos de descontração e loucura dos soldados. Tudo é tão verdadeiro que às vezes se confunde com um documentário. Engana-se quem achar que Sem Novidade no Front por ser um filme de oitenta anos atrás não contém cenas brutais, pois isso é o que mais vemos aqui. O filme se concentra principalmente na figura do soldado Paul Bäumer (interpretado por Lew Ayres). Ele não é nem covarde nem metido a corajoso, mas igual a maioria de tantos milhões de combatentes. Aliás, é esse personagem que faz esse filme exalar mais veracidade, pois ele sofre, ri, reflete e anseia, ele simplesmente nos mostra como um ser humano pode mudar quando se encontra em uma situação de desespero e dor. Numa cena, Paul fere um inimigo em uma vala e ali ficam apenas eles dois; aos poucos ele começa a sentir remorso pelo que fez e tenta salvar a vida do oponente. Ao ver que aquele homem morreu, Paul promete ajudar sua esposa e filho. Mas depois o comandante lhe diz que a guerra é assim mesmo: ou mata ou morre e tudo é esquecido. Ou seja, não há espaço pra piedade em meio a tanto tormento.
Há muitos momentos marcantes fora os já citados, como a visita de três soldados em uma vila onde moram três mulheres famintas de fome; o hospital de freiras onde parece impossível algum paciente sair vivo ou sem seqüelas dali; o reencontro de Paul e sua mãe.
Pouco antes do final, Paul volta ao colégio onde tudo se iniciara. Ali, a pedido do mesmo professor, ele fala àqueles alunos, mas ao contrário do que o velho homem aguardava, Paul o surpreende e despeja ali um discurso corajoso e inesperado, onde entre outras coisas diz: “É sujo e doloroso morrer pelo seu país. Quando vier a morrer por seu país é melhor morrer por nada”!
O final triste nos faz refletir sobre a inutilidade de todas as guerras. Ótimos filmes como O Franco-Atirador de Michael Cimino e Nascido em 4 de Julho de Oliver Stone são outros exemplos de jovens iludidos por um patriotismo exacerbado que no fim só leva à auto-destruição.
Sem Novidade no Front foi o terceiro filme da história a vencer o Oscar de melhor filme. Lewis Milestone também venceu como melhor diretor. Ficou anos proibido na Alemanha nazista e na França, sendo liberado sua exibição muitos anos depois.
Um filme indiscutivelmente importante tanto para cinéfilos quanto para aqueles que se interessam por uma história onde a verdade por mais dolorosa que seja, é jogada na cara e atinge como um soco forte no estômago.


Nota: 5 de 5

Ttitulo original: All Quiet on the Western Front

Lançamento: 1930 (EUA)

Direção: Lewis Milestone

Atores: Lew Ayres, Louis Wolheim, John Wray, Ben Alexander e Arnold Lucy

Duração: 131 min

Gênero: Guerra



quarta-feira, 9 de junho de 2010

Voltando aos velhos tempos

Hoje foi meu primeiro dia do cursinho pré-vestibular. Pra começar, tive que encarar logo de cara três aulas de física. E eu que sempre quis distância de matérias como física, matemática e química. E olha que não sou dos piores em matemática, e sou muito bom em psicotestes, mas dizem que, quem gosta de ciências humanas não gosta de ciências exatas, e vice-versa. Mas pra minha surpresa, foi uma aula muito agradável, e o professor é bem legal, bastante comunicativo, não se prendendo apenas a passar assuntos, mas interagindo de forma muito espontânea com os alunos, acho que isso faz toda a diferença, o modo como um professor ensina. Já repararam que vários professores de matérias de ciências exatas se comportam como militares? Cara fechada, com jeito de poucos amigos.
Depois das aulas de física, tivemos a matéria que eu mais gosto: literatura. A professora é muito legal, super alegre e carismática. Naquela aula me senti em casa, voltando aos velhos tempos em que eu mergulhava nas leituras das escolas literárias. Mas percebi que não enferrujei e continuo sabendo algumas coisas sobre essa tão rica matéria. Eu sentia falta de uma sala de aula, a última vez que tive aulas assim foi na preparação pra um concurso há alguns anos. Sentia falta dessa interação com as pessoas, aquela sensação de coletividade. Fiquei meio surpreso com o fato de, a maioria optar pelo curso de Administração, até então eu não me dava conta que esse curso era tão querido e concorrido, fui um dos poucos que não optou por ele.
Em aulas de literatura, gramática, redação e história, quando os professores perguntam algo do tipo: “Alguém aí sabe quem foi...” ou “Me dêem alguns exemplos de...”, eu feito um menino buchudo comedor de terra, desses bem chatinhos em sala de aula, gritava logo: “Eu sei, professor!”, me empolgo todo e quero responder tudo que eu sei, lógico se eu souber do que se trata. É muito legal e no fim das contas se torna muito gratificante, não só pelo aprendizado, mas também pelo companheirismo. Espero que dê tudo certo nos próximos meses, e que as aulas sejam bem produtivas como foram as de hoje.
Vivemos num país desigual, injusto e sem grandes oportunidades, por isso, é preciso estudar, se preparar e procurar seguir adiante em nossas metas.
É isso aí.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Um vício maldito chamado bebida alcoólica

Certa vez, quando eu tomava muito café (hoje não tomo mais, ficando apenas com chás, sucos, refrigerantes...) um grupo freqüentador de bar me disse na pensão onde estávamos que, o café era tão prejudicial à saúde quanto a bebida alcoólica. Eu lhes respondi o seguinte: Vocês já ouviram dizer que houve uma briga porque alguém tomou café? Alguém já chegou altas horas da noite espancando esposa e filhos porque tomou café? Alguém já bateu ou virou o carro porque tomou café?
Isso só serve pra mostrar que as pessoas procuram de qualquer modo mentir pra si próprias, se enganarem em prol de seus próprios prazeres. O álcool em alguns países é o maior causador de mortes no trânsito, ou seja, o álcool é de grande modo uma destruidora de vidas, uma verdadeira praga na vida das pessoas. Mas, aí entramos em uma questão lógica: o mal não é o revólver, mas sim quem o usa. Daí o mesmo acontece com a bebida alcoólica: Se ela está quieta, não fará mal a ninguém, mas o mal quem faz é quem a ingere. Várias vezes analisando, cheguei à conclusão de que não existe nada mais inútil nessa vida do que bar. Pra que serve mesmo um bar? É uma inutilidade tão grande que, só não percebe quem está ali gerando altos lucros pros donos desses estabelecimentos. Já vi donos de bares ficarem ricos à custa da ignorância de pessoas que jogam suas vidas na sarjeta, achando que estão com tudo. Mas ninguém é inocente nesse mundo, e se estão estragando suas vidas nesses vícios, problema de quem o faz. Só fico sentido quando vejo crianças jogadas pelas ruas, pedindo o que comer, enquanto os pais ficam em bares se embriagando. Fico pensando o que leva mulheres a tolerarem maridos ou namorados alcoólatras e violentos. Há mulheres que, além de serem espancadas pelo marido, ainda deixam que os filhos sofram o mesmo tipo de violência e humilhação. Um dia eu vi uma mulher bem elegante caminhando com alguém que, se não era o marido, era o namorado. Ela ficava o tempo todo levantando o sujeito que estava andando de quatro como um animal, de tão bêbado que estava (Sim, a bebida faz um ser humano a se equiparar a um animal, como se estivesse andando de quatro patas). Ela, em vez de se valorizar, arrumar uma pessoa decente, ficava era se envergonhando, numa situação ridícula, segurando o elemento que caía a todo momento. Mas quem está errado nessa história? Claro que é ela, pois, no caso do companheiro dela, ele não está nem aí, pois arrumou uma tola que a leve pra casa quando ele se enfia na cachaçada. Creio que, uma mulher de firmeza, não apanha duas vezes de um sujeito embriagado (ou não embriagado), pois ela deve tomar uma posição de não permanecer mais com ele caso aconteça novamente e até mesmo denunciá-lo por agressão física. Claro que, cada caso é um caso, havendo mulheres que sofrem ameaças dos maridos caso essas os delatem ou os abandonem, mesmo assim, uma providência precisa ser tomada.
A bebida alcoólica nunca edificou ninguém a nada (exceto donos de bares e donos de fabricantes de bebidas), servindo apenas pra levar à desunião entre familiares e amigos e até mesmo causando problemas de saúde que pode levar à morte. Certa vez um homem com cirrose hepática, internado em um hospital, me disse que a cirrose é algo tão terrível, que ele só foi saber que havia adquirido essa doença quando já estava com os pulmões acabados. Todo mal é assim, vem de modo silencioso, à espreita, laçando suas vítimas e as levando a um abismo sem fim.
Algumas pessoas acham que estarem em bares é sinal de status. Status de que mesmo?
Uns dizem: "Beber às vezes faz bem" É mesmo? Nossa, eu não sabia que veneno faz algum bem.
Quantas infidelidades já não aconteceram por causa desses ditos “barzinhos”? Muita violência já foi originada desses estabelecimentos. Uma amiga me disse esses dias que seu ex-namorado a trocava por “amigos de barzinhos” nos fins de semana. Isso parece ocorrer à demasia. Cabe às mulheres começarem a se darem valor e não aceitarem essa situação. Mas como algumas pessoas dizem: “O gosto pelo o que é errado é o que mais atrai”, então sofram as conseqüências as que persistirem no erro.
Graças a Deus não estou aqui escrevendo tudo isso por já ter passado pelo tormento da bebida, até mesmo porque eu nunca toquei uma gota de bebida alcoólica em minha boca, e garanto que nunca tive curiosidade em provar de tamanha porcaria, mas escrevo porque já convivi em pensionatos com pessoas que bebem em demasia; e acaba sendo ruim pra ambos os lados, pois todos de alguma maneira acabam sendo afetados.
Enfim, a bebida alcoólica só carrega desgraça na vida de quem corre atrás dela. Como as histórias das sereias que atraiam com seus cantos os homens em seus barcos. Esses homens velejavam cegamente até elas, aí espatifavam nas pedras até morrerem todos. Com a bebida é parecido, onde atrai com a “beleza” dos comerciais de TV cheios de mulheres bonitas e sensuais, mas que no fundo, como na mitologia das sereias, está chamando é para a morte.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Frases marcantes do cinema

Reuni aqui algumas frases marcantes do cinema. São frases que eu gosto muito. Claro que, muitas outras frases ficaram esquecidas, mas à medida que eu for lembrando, vou colocando. Quem tiver alguma sugestão, coloca no comentário, e eu acrescento aqui.

"A colher não existe!" – (Matrix)

"Carpe Diem. Aproveitem o dia, garotos. Façam suas vidas serem extraordinárias!" – (Sociedade dos Poetas Mortos)

"Eu amo o cheiro de napalm pela manhã!" – (Apocalypse Now)

"Eu não sou do tipo que você mata, sou do tipo que você compra!“ – (Conduta de Risco)

"Eu só confio em dois homens neste mundo. Um sou eu, e o outro não é você!" - (Con Air)

"O que não te mata te deixa mais… estranho!" – (Batman - O Cavaleiro das Trevas)

"Primeira regra sobre o Clube da Luta: Você não fala sobre o Clube da Luta!" - (Clube da Luta)

"Slot quer chocolate!" – (Os Goonies)

"Venha querido, eu não vou te machucar!" – (O Iluminado)

"Afinal de contas, amanhã é um novo dia!” - (... E o Vento Levou)

“As pessoas olharão pra cima pedindo que eu as salve e eu direi: Não!” – (Watchmen)

“Bem, ninguém é perfeito!” - (Quanto Mais Quente Melhor)

“Carson, você só sai desse avião quando eu disser pra sair!” – (Plano de Vôo)

“Esquece, Jake, é Chinatown!” - (Chinatown)

“Eu quero ficar sozinha!” (Grande Hotel)

“Eu sou grande! Os filmes que ficaram pequenos!” - (Crepúsculo dos Deuses)

“Francamente, querida, eu não dou a mínima!” - (...E o Vento Levou)

“Isso é Esparta!” – (300)

“Luke, eu sou seu pai!” - (O Império Contra-Ataca)

“Não há lugar como o nosso lar!” – (O Mágico de Oz)

“Ninguém põe Baby no canto!” - (Dirty Dancing - Ritmo Quente)

“Nós vamos precisar de um barco maior!” – (Tubarão)

“Não foram os aviões. Foi a bela matando a fera!” - (King Kong)

“Põe na conta do Papa!” – (Tropa de Elite)

“Senhores, vocês não podem brigar aqui! Essa é a Sala de Guerra!” - (Dr Fantástico)

“Shane! Shane! Volte!” - (Os Brutos Também Amam)

“Stella! Ei, Stella!” - (Uma Rua Chamada Pecado)

“Tá falando comigo?” - (Taxi Driver)

”Rosebud!” - (Cidadão Kane)

”O que temos aqui é uma falha na comunicação!” - (Rebeldia Indomável)

“Toda família tem uma ovelha negra...às vezes duas!” – (O Homem dos Olhos Frios)

“Toque, Sam!” – (Casablanca)

“Wilsoooooooon!” – (Náufrago)

“Você era tudo pra ele, você era a vida dele!” – (Ghost – Do Outro Lado da Vida)

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"Estou pronta para meu close-up." - (Crepúsculo dos Deuses) Sugerido por Gian Luca


"A vida seria suportável se não existissem os prazeres." - (A Noite) Sugerido por Gian Luca


"Pessoas praticamente perfeitas não deixam os sentimentos se misturarem com a razão." - (Mary Poppins) Sugerido por Victor Tanaka

"Eu nunca mais vou passar fome na vida." - (...E o Vento Levou) Sugerido por Anônimo

"De qualquer maneira, amanhã é um novo dia." - (...E o Vento Levou) Sugerido por Anônimo

"Estão de olho em você, garota!" - (Casablanca) Sugerido por Anônimo

“Não vamos discutir sobre o real e o imaginário, vamos apenas viver, a vida é muito curta” - (A Rosa purpura do Cairo) Sugerido por Andinhu

"Eu vejo gente morta" - (O Sexto Sentido) Sugerido por Andinhu

"Eu vejo você" - (Avatar) Sugerido por Andinhu

"Por você eu faria Mil vezes" - (O caçador de Pipas) Sugerido por Andinhu

"Lembre-se: você nunca será um fracasso enquanto tiver amigos. Obrigado por me ajudar a ganhar minha asa" - (A Felicidade não se Compra) Sugerido por Andinhu

"O coração é um fardo pesado" - (O Castelo Animado) Sugerido por Rodolfo

"Minha mula ficou chateada, quando vocês atiraram nas patas dela. Eu sei que vocês estavam brincando mas minha mula não entendeu. É claro que vocês vão se desculpar.(...)Não acho legal vocês rirem." - (Por um Punhado de Dólares) Sugerido por Rodolfo

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O ciúme entre homens e mulheres

No livro máximo de Machado de Assis, Dom casmurro, o personagem principal Bentinho é apaixonado pela bela Capitu, eles se casam e após o casamento, seu até então disfarçado ciúme por ela vai se tornando algo maior do que ele poderia imaginar. O ciúme de Bentinho ultrapassa todo e qualquer limite da razão, fazendo com que ele perca seu grande amor e seu próprio filho. Há mais de 400 anos, William Shakespeare já mostrava as conseqüências do ciúme, quando seu personagem Otelo se deixa levar pelas enganações do subordinado Iago, quando este diz que a esposa de Otelo o está traindo, levando tudo à tragédia. Iago define o ciúme com essas palavras, se dirigindo a Otelo:
"Acautelai-vos senhor, do ciúme; é um monstro de olhos verdes,
que zomba do alimento de que vive. Vive feliz o esposo que,
enganado, mas ciente do que passa, não dedica nenhum afeto a
quem lhe causa o ultraje. Mas que minutos infernais não conta quem adora e duvida, quem suspeitas contínuas alimenta e ama deveras!"

Há aí uma espécie de provocação, Iago dizendo a Otelo que a esposa deste o trai, mas que há de se viver em conformidade com tal situação, e ao mesmo tempo sugerindo-lhe que alguma atitude deva ser tomada, causando neste uma confusão mental, como o próprio ciúme é capaz de fazer.
O que é o ciúme? Prova de que se ama de verdade? Zelo? Insegurança? Apego obsessivo? Inferioridade?
Quase todos os relacionamentos que chegam ao fim, o resultado da causa é o ciúme. O ciúme está mais presente naqueles momentos em que tudo não está um mar de rosas como se desejaria. Um dos lados imagina que seu companheiro (a) está indiferente porque há uma terceira pessoa envolvida. Mas como saber sem acusar ou julgar? A forma ideal seria imaginar que algo está acontecendo? Quando alguém flagra a outra pessoa no ato de traição, sem necessariamente precisar ser no ato extremo que seria o ato sexual, mas flagras de um beijo além do compreensível, um encontro nada casual com alguém que não seja você. Veja, coloquei como “um encontro nada casual”, isso significa encontro às escuras. Uma forma de seu companheiro (a) começar a olhar pro sexo oposto de maneira interesseira. Isso seria motivo de ciúme a meu ver, exceto se você pretende dividir a pessoa amada com outro (a). Mas, e quando nada se prova ou se comprova? Quando você apenas especula, imagina, mas não viu, não tem certeza, apenas sugere que algo está acontecendo, se baseando em atitudes diferentes, mas que não se relacionem propriamente a terceiros. É certo que, se você já não confiava na pessoa amada, mas de alguma forma quis ficar com ela (você já foi traído por aquela pessoa antes, ou aquela pessoa já te deu motivos de que não é de confiança), o fantasma da inquietude vai te dominar sempre. Esse é um fator básico a se analisar. Uma pessoa que de alguma forma aprontava no passado, mesmo que hoje mude e venha a tentar uma nova (e melhor) vida, de alguma forma será estigmatizada pelo próprio passado, não tem como escapar disso.
Em alguns casos, homens e mulheres que ciúmam demais, usam esse artifício pra esconder a própria infidelidade. Alguns homens ciúmam da mulher até mesmo quando ela fala bem de um ator da novela, mas eles por fora se escondem por trás disso pra saírem com outras. Em outras palavras, é quase igual a casos em que homens dão muitos presentes às suas esposas, agradam elas de todas as maneiras, não deixando brecha pra que elas percebam que aquilo é um truque pra eles esconderem a própria infidelidade.
Falamos sobre o ciúme demais, agora vamos falar sobre o ciúme de menos. Não digo que deva haver ciúme em um relacionamento, mas se, uma mulher sair com um shortinho curto e ficar sentada na porta de sua casa, em frente a vários homens, e seu marido achar aquilo normal, algo estranho ocorre ali. Da mesma forma que uma mulher de forma alguma acharia comum seu namorado (ou marido) ficar se exibindo pra várias mulheres. Talvez o ciúme de menos também queira significar uma forma de infidelidade. Digo talvez, pois em se tratando de sentimentos, tudo é muito relativo.
O ciúme é algo muito complexo e também muito relativo, vem de vários fatores:
Insegurança: Você não se garante, acha que não é capaz de agradar a pessoa amada e sempre arruma obstáculos.
Inferioridade: Você acha que a pessoa amada está de olho em outro (a) que seja mais bonita, mais forte, mais inteligente, mais atraente, mais popular.
Falta de amor próprio: o ciúme pode significar que você não se valoriza. Talvez você espere tanto da outra pessoa, e se esquece de esperar mais de você mesmo.
Infância e adolescência mal resolvidas: timidez demais leva a alguém a formar seu próprio mundo, a se fechar para as pessoas, daí tudo que essa pessoa tem, ela não quer de forma alguma dividir, emprestar, dar. Seja um livro, um CD, ou qualquer outra coisa. Posteriormente num relacionamento, esse apego se transforma em ciúme, quando essa pessoa acha que amigos querem tomar a pessoa amada de alguma forma e vê paranóia em tudo.
Não se tira o ciúme na vida de uma pessoa, isso não desaparece. O que pode acontecer é, com o tempo ir controlando isso e não deixar que prejudique um relacionamento como fazia antes. Suponhamos que você é uma pessoa maravilhosa, porém é muito ciumento (a), aos poucos você será trocado (a) por outra pessoa que não chega aos pés da pessoa que você é, tudo isso porque de alguma forma a outra pessoa se cansou de ser sufocada. Então, mostre que pode haver solução nessa questão em sua vida. Não perca seu grande amor por causa do ciúme, mostre a ele (a) que você tem grandes qualidades que não se acham em qualquer pessoa por aí, deixe que isso sim se sobressaia em você. Mostre seu potencial, seu romantismo, tudo de bom que há em você e procure ser mais feliz. Confesso que sou ciumento, mas tenho procurado mudar isso em mim e não repetir os mesmos erros.


Uma definição de ciúme doentio:


Uma mulher era tão ciumenta que, ao sair abraçada com o marido, beliscava a própria mão pra ter certeza de que era ela mesma que o abraçava.