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domingo, 5 de dezembro de 2010

Kevin Carter, o fotógrafo da morte


Em março de 1993 no Sudão, o fotógrafo branco Kevin Carter, nascido na África, vê uma menina africana se arrastar sem forças até um campo de alimentação da ONU em busca de alimento. Ali, um urubu está apenas esperando o momento em que a menina morrerá para que ele satisfaça sua fome. Naquele momento, Carter espera por 20 minutos para que o Urubu levante suas asas para que ele fotografe aquela situação e pegue um bom ângulo, mas desistindo da ação do animal, ele tira várias fotos daquela trágica cena. Depois disso, Carter sai dali afugentando o bicho e vai fumar um cigarro. Só depois, arrependido, ele volta pra saber sobre a criança, vindo a descobrir que ela havia morrido. Tal ação nos faz pensar em quem seria o verdadeiro urubu: o animal ou o homem? 
A foto é publicada no mesmo mês, e em maio de 1994, Carter ganha o cobiçado prêmio Pulitzer por essa fotografia. A verdade é que, mesmo ganhando prêmios e sendo elogiado, Carter por outro também foi duramente criticado por permitir que uma criança se submetesse a uma situação dolorosa pela sobrevivência enquanto ele ficava ali durante 20 minutos fotografando tudo. 
Kevin Carter fazia parte de um grupo de fotógrafos que se especializaram em fotografar mortes, atrocidades e misérias. Alguns desses fotógrafos tiveram morte trágica (alguns foram assassinados), outros se envolveram com drogas e alguns perderam tudo que tinham. No caso de Carter, ele perdeu tudo e logo após se suicidou, no dia 27 de julho de 1994, trancando-se em seu carro e inalando monóxido de carbono vindo de uma mangueira, direto do carburador do automóvel. Carter foi morrer em um local onde viveu a infância, e deixou ali um bilhete no qual expressava desesperança e  dor de consciência.

Um trecho do bilhete:

"Estou deprimido… Sem telefone… Sem dinheiro para o aluguel.. Sem dinheiro para ajudar as crianças… Sem dinheiro para as dívidas… Dinheiro!!!… Sou perseguido pela viva lembrança de assassinatos, cadáveres, raiva e dor… Pelas crianças feridas ou famintas… Pelos homens malucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policiais, carrascos… Se eu tiver sorte, vou me juntar ao Ken…"

Os registros de mortes, misérias e carnificinas de Kevin Carter chegavam ao fim.

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