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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eleições brasileiras - A vergonha de uma nação



Inicio esse texto utilizando o subtítulo de um filme de Howard Hawks chamado Scarface - A Vergonha de uma Nação. É uma frase que se encaixa perfeitamente em nosso atual painel político, em especial durante as eleições brasileiras. Nosso país é conhecido por ser a terra da injustiça, da intolerância, da desigualdade, da corrupção e da insegurança entre muitos outros adjetivos que infelizmente são reais, mas precisamos acrescentar mais uma característica: “terra da bagunça eleitoreira”. Nunca se viu tamanha falta de respeito com o eleitor quanto nos dias de hoje com essa eleição para presidente do Brasil, um tremendo circo dos horrores onde ambos os lados apelam pra tudo que podem para “desarmar” e constranger o adversário. É um pega-pega onde é rato correndo atrás de rato.
Vou ser logo claro: não sou filiado a nenhum partido político, não faço campanhas pra ninguém, sempre procurei votar em candidatos por si só, e não porque um ou outro faz parte de determinado partido; portanto, não estou aqui criticando o atual descaso eleitoreiro da atualidade, com intenções de favorecer determinado X, Y ou Z.
O que há aqui no Brasil não é política, mas sim politicagem, esse jogo sujo do poder, essa máquina podre de conseguir mandatos não para fazer algo de bom pelo país, mas sim pra ganhar em benefício próprio. Pelo que vimos no primeiro turno, constatamos ainda mais claramente que os eleitos para os cargos de governadores, deputados e senadores (em sua maioria) não tinham e não têm nenhuma preocupação em construir algo, mas apenas em garantir um bom salário no final do mês. Muitas “celebridades” e esportistas decadentes apelaram pedindo voto e se deram bem. Política hoje é um bom negócio, mas infelizmente, muitos políticos não satisfeitos com o que já ganham, ainda metem a mão no dinheiro público, agindo de forma criminosa, sabendo que esse país é onde impera a impunidade.
Nunca tivemos tanta corrupção na política, onde já virou até caso de piada (onde deveria ser caso de justiça) com aquela história do dinheiro na cueca. Seria cômico,  mas a questão é que é o dinheiro de altos impostos que pagamos. Muitos além de roubarem, ainda sabem ser cínicos e inventam mil e uma teorias para dizerem que não sabem de nada. Mas o povo sabe, quer dizer, não todos, porque o que eu vejo de gente alienada por aí não é brincadeira. Gente que idolatra políticos onde só lhes faltam beijar os pés. Aliás, Brasil virou terra de idólatras, aqui se idolatra de tudo: artistas, participantes de reality shows, jogadores de futebol e agora a nova febre: idolatrar políticos. No começo do ano tivemos uma propaganda cínica em forma de filme, do Lula; um filme até mesmo pobre de conceitos onde não funcionou nem mesmo a idéia de se colocar Luís Inácio como santo. À Propósito, se tivessem colocado asas e uma auréola na cabeça dele talvez convencesse um pouco. Mas a maioria do povo brasileiro dessa vez não engoliu essa jogada (não sei que milagre foi esse) e rejeitou essa produção. Isso faz parte do jogo sujo, tentar de tudo, até mesmo o cinema pra ganhar a simpatia do povo. Será que farão também um filme do Collor? Quem é esperto sabe que votando em um candidato deve exigir dele o que ele deve fazer por pura e simples obrigação. Não devemos favores a políticos, mas eles sim nos devem. Não temos que idolatrá-los, isso é coisa de pessoas puxa-sacos, de mente pequena ou vazia.
Essa luta de interesses eleitoreiros entre petistas e tucanos virou uma palhaçada sem tamanho. Um aponta uma difamação (ou verdade, não sei), o outro rebate com outra ainda maior, e aí o bolo vai aumentando e azedando. São candidatos que traem aliados, se unem a políticos que fizeram da máquina pública um cofre particular.
Não vivemos em uma democracia como muitos querem fazer crer por aí. Num país democrático o povo não é obrigado a votar. Parece até piada quando dizem: “O voto é livre”. Não, não é livre; se fosse livre o povo poderia escolher em não votar. Mas aqui somos obrigados, e isso acaba virando uma grande contradição: o voto é livre, porém obrigatório.
É interessante como a Petrobrás, empresa que mais lucra em todo o país é hoje alvo de interesse nos programas políticos, onde se discute entre outras coisas o andamento do projeto do pré-sal e de outros assuntos ligados à essa “gigante”. E Por que numa hora dessas todos os candidatos são contra o aborto? Simplesmente porque o aborto vai contra as normas e éticas da religião cristã, e pra não perderem essa fatia de eleitores, os candidatos se transformam em não-liberais. Independente de ser ou não uma discussão delicada, o aborto é aqui nesse contexto uma discussão de interesse puramente eleitoreiro.
O que eu critico aqui não é o voto em si, não é a política, mas sim o modo como as coisas estão se encaminhando para o precipício em relação a política brasileira. Estamos diante de um painel enganador, um show de ilusionismo pra enganar aos olhos mais desatentos. O coelho não está na cartola, ele foi implantado em nossas mentes através de propagandas bem feitas, palavras bonitas que na verdade foram escritas por assessores, “melhorias” que estão somente em nossa imaginação, mas que na prática nada funciona. Na Roma antiga, durante os duelos de gladiadores nas arenas, os senadores mandavam distribuir pães para o povo durante os espetáculos de lutas. Isso tinha o propósito unicamente de fazer com que o povo naquele momento se divertissem de barriga cheia e aplaudissem  a soberania e o poder do imperador romano. Mas quando aquele povo voltava para suas casas, percebiam que a comida acabou e o espetáculo também. Os que não se deixavam levar pelos farelos, se impunham e procuravam estabelecer um raciocínio de não-aceitação de migalhas, mas sim correr atrás de seus verdadeiros direitos e valores como cidadãos. Aqui no Brasil é até complicado correr atrás dos próprios direitos, sobre o risco de virar “carta marcada”. O sistema “burrocrata” brasileiro engole o cidadão e o coloca no lugar de espectador nas “lutas entre opositores políticos”. Nessa arena brasileira durante os espetáculos de candidatos pedindo votos, há muitas pessoas que comem as migalhas de pães que lhes distribuem.  

Um comentário:

  1. Noss! KleY,
    Que post maravilhoso.
    È assim que me sinto também. Nem dá mais vontade de ver TV com tanta baixaria sendo exibida...
    Que chegue logo o dia do 2° turno!
    Abraços, Daniana
    http://cozinhasemdrama.blogspot.com/

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